Cidades
Tutmés Airan reafirma compromisso do TJ/AL contra o racismo e a intolerância religiosa
Desembargador participou da 1ª edição de 2023 do Projeto Tambor Falante, com o tema ‘Desafios, Ética e Resistência nos Terreiros’
“Combater o racismo e a intolerância religiosa deve ser um dos compromissos centrais do Judiciário. É o que na essência justifica a nossa própria existência”, afirmou o desembargador Tutmés Airan na 1ª edição de 2023 do Projeto Tambor Falante, nesta quarta (15). O evento foi sediado no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
Com o tema “Desafios, Ética e Resistência nos Terreiros”, o evento é realizado pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô em parceria com a Comissão de Direitos Humanos do TJ/AL, que tem Tutmés como presidente. O objetivo é destacar o 21 de março, Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé e o Dia Internacional pela Eliminação do Racismo.
Tutmés Airan apontou o Poder Judiciário como defensor dos direitos das pessoas historicamente ameaçadas e violadas. “O Judiciário é fiador de uma sociedade democrática, para que as pessoas convivam umas com as outras civilizadamente e respeitando as escolhas sem qualquer margem para a intolerância”, reiterou o desembargador.
Para Valdice Gomes, integrante e organizadora da Anajô, o evento ser sediado no TJ/AL é de grande importância para as religiões de matriz africana e para o movimento negro em geral. “Temos o Tribunal de Justiça como parceiro nessa luta. Fazer esse tipo de debate aqui dentro, onde encontramos acolhimento e fazemos nossas reivindicações, é muito significativo para nós”, declarou.
Valter Duarte Odará, professor da Universidade Federal de Alagoas e Doutor em Filosofia Africana, foi um dos palestrantes do evento. “Foi uma energia quase que indescritível levantar esses debates, trazer essas questões para serem discutidas e tentar criar estratégias. É importante mostrar o quanto essas comunidades trazem para ampliação do entendimento do que a gente chama de ser humano”, explicou.
Vanda Machado, que é Iya Egbé do Ilê Axé Opô Afonjá, Doutora em Educação, historiadora e professora colaboradora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), também foi umas das palestrantes do evento, no qual abordou formas de encontrar caminhos para encarar e enfrentar a intolerância e o racismo no Brasil.
“Não é conviver com o racismo. Para a pirâmide se desconcertar é preciso que as pessoas pretas que vivem na base se movam. Tem uma filósofa que diz ‘ninguém vai te ensinar a tua verdadeira história. Ninguém vai falar de teus verdadeiros heróis’. Agora é a nossa hora de lutar”, afirmou Vanda Machado.
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