Cidades
Panetone artesanal ganha espaço com alta dos preços de industrializados
Empreendedores alagoanos valorizam tradição e incrementam negócios com produtos mais elaborados e inovadores
Datas festivas sempre são acompanhadas de algumas tradições específicas, roupas, decorações, e principalmente comidas. No Natal, por exemplo, algumas comidas que passam o ano inteiro quase esquecidas tornam-se itens quase indispensáveis. É o caso do panetone. Nos últimos anos, essa tradição ganhou um charme especial com a produção artesanal de empreendedores que valorizam a tradição e incrementam os negócios com produtos cada vez mais elaborados e inovadores.
As versões industrializadas já consolidadas continuam tendo o seu espaço, mas este ano pode desagradar o público. Uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo anunciou em setembro que os panetones devem surgir nas prateleiras com versões reduzidas (ao invés dos tradicionais 500g devem ter 400g ou até 300g). Para piorar, os preços estarão, em média, 20% maiores em relação aos do ano passado.
A justificativa apresentada pelos fabricantes seria o aumento do custo das embalagens e dos insumos, especialmente farinha de trigo, manteiga, chocolate e uva passa, que respondem pela alta do preço bem acima da inflação, que foi de 8,7% no acumulado dos últimos 12 meses até agosto, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).
A economista Luciana Caetano explica que a competição da produção artesanal com a produção industrial é complicada por duas razões: “A primeira é que a escala de produção é muito pequena, fazendo com que o custo unitário já seja mais alto. E, por outro lado, a gente teve recentemente um aumento muito expressivo no gás de cozinha e grande parte dessa desses pequenos produtores vão usar o gás pra assar esse pão, que é de forno”.
Por se tratar de um mercado informal, ela explica que é difícil ter banco de dados de pesquisa que apontem quantos produtores artesanais temos aqui no Estado de Alagoas ou no Brasil. “De qualquer modo, o simples fato de o preço estar muito alto pelos grandes produtores, as grandes marcas como Bauducco e outras concorrentes, isso também dá oportunidade de o produtor artesanal fazer um produto um pouco abaixo desse valor que está sendo cobrado ou até o mesmo valor”.
Artesanais têm versão vegana, com brownie e até presunto e calabresa
A servidora pública Rachel Ferreira tem na confeitaria uma ótima fonte de renda extra. “Entrei nesse mercado há muitos anos na verdade. Estou na confeitaria desde adolescente, quando ainda estava no colégio. Os panetones passei a fazer quando estava na faculdade. Primeiro foi para casa mesmo por gostar muito. Depois, quando começaram a gostar muito do meu produto, comecei a aceitar encomendas. Sempre gostei de cozinhar e seria um extra também”.
Os panetones são feitos exclusivamente nessa época de Natal, mas a clientela que já conhece começou a encomendar desde o mês passado. Os sabores tradicionais seguem sendo os mais pedidos, mas as inovações sempre fazem sucesso. “A novidade esse ano é o Brownietone. Ele é muito bom! Muito chocolate porque é um brownie com pedaços de chocotone”, disse Rachel. Também estão no seu cardápio as versões salgadas de queijo com frango e queijo com presunto e calabresa.
O segredo do sucesso, segundo ela, é a matéria prima especial. “O diferencial do meu produto acredito que seja bons produtos que uso, toda dedicação que coloco. Porque eu amo cozinhar e a resposta que tenho é maravilhosa, gratificante”.
Viviane Gonzaga é confeiteira vegana. Dedicada exclusivamente a essa atividade o ano inteiro, ela uniu seu estilo de vida ao trabalho se especializando há dois anos em produtos sem nenhum ingrediente de origem animal.
“Trabalhamos com itens temáticos, de acordo com a época do ano. Então, no Natal, não poderia faltar o panetone! É uma ótima oportunidade de oferecer esse produto às pessoas que têm restrição a alguns alimentos”. Além de ser vegano, o panetone de Viviane também não leva glúten em sua composição.
Seja por questões de saúde ou estilo de vida na defesa dos animais, o produto vegano vem ganhando cada vez mais espaço. “O diferencial do meu produto está no fato dele não conter trigo, leite e ovos, e ainda poder oferecer uma experiência tão saborosa quanto à da confeitaria tradicional”.
Deixando o preconceito de lado, o consumidor pode se surpreender com as opções similares às “originais”. “Este ano estamos trabalhando com 3 sabores: brigadeiro, doce de leite com nozes e Nutella caseira vegana. Esse ano a novidade é o sabor de doce de brigadeiro com pralinê de nozes. Todos são muito saborosos, mas gosto muito do recheio de Nutella. A versão vegana é deliciosa!”
Tanto Viviane quanto Rachel oferecem as opções em miniatura para presentear.
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