Cidades

Queimadas deixam mais de 165 mil consumidores sem energia em Alagoas

Por Tribuna Hoje com assessoria 01/12/2022 10h13 - Atualizado em 01/12/2022 15h18
Queimadas deixam mais de 165 mil consumidores sem energia em Alagoas
Distribuidora alerta para os prejuízos causados pelo fogo embaixo da rede elétrica - Foto: Reprodução

Cerca de 165 mil clientes da Equatorial Energia Alagoas ficaram sem energia devido a queimadas próximas a rede elétrica de 2020 a 2022. De acordo com um levantamento feito pela distribuidora, nesse período foram registradas 21 ocorrências de incêndios que atingiram as linhas de subtransmissão e ocasionaram a interrupção do fornecimento em 16 municípios alagoanos.

De acordo com Manoel Pinheiro, engenheiro da Gerência de Obras e Manutenção da Equatorial Alagoas, as principais incidências de fogo na rede elétrica foram registradas nos municípios de Feliz Deserto, Penedo, Igreja Nova, Teotônio Vilela, Coruripe, Capela, Pilar, Marechal e Barra de São Miguel.

Ele explica que os danos vão além de prejuízos econômicos e sociais, e que não ocorrem apenas quando o fogo tem contato com os cabos. “Só o calor das chamas embaixo da rede elétrica já é capaz de provocar o rompimento de fios ou do isolamento da linha, o que pode causar um curto-circuito e a falta de energia. O fogo ainda pode atingir vários postes e quilômetros de rede, fazendo com que o serviço para recompor a estrutura e os componentes que foram danificados leve horas ou até dias para ser concluído.

Além dos prejuízos ao meio ambiente, as queimadas também podem causar a paralização de hospitais, escolas, comércios e indústrias. Além, de interrupções no abastecimento de água nos municípios e de expor pessoas e animais ao risco de acidentes quando há o rompimento de cabos.

Campanha de conscientização


Com a chegada do período de estiagem no estado e com o propósito de fortalecer a parceria junto às usinas de cana-de-açúcar e promover ações de conscientização, a distribuidora tem realizado visitas às indústrias para alertar sobre os prejuízos ocasionados pelas queimadas próximas à rede elétrica. Durante as reuniões, a empresa também orienta sobre os procedimentos corretos para que a colheita da cana-de-açúcar seja feita sem prejudicar os clientes da Equatorial, com interrupções do fornecimento.

A ação também conta com a parceria do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), Sindicato da Indústria do Açúcar de Alagoas (Sindaçúcar) e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

“Nas últimas três safras tivemos uma redução de ocorrências bastante significativa. Graças a esse trabalho de conscientização em Alagoas, de 2019 a 2022, conseguimos reduzir em 98% o número interrupções no fornecimento de energia. Mas, mesmo diante de resultados positivos, seguimos intensificando o alerta sobre as queimadas próximo da rede elétrica, porque a perda de uma linha de transmissão sempre vai trazer grandes interrupções no sistema, que pode ocasionar falta de energia em um, dois ou até mais municípios”, explicou o engenheiro.

Além das queimadas, outros fatores relacionados ao cultivo e colheita da cana-de-açúcar também tem interferido no fornecimento de energia dos municípios alagoanos, a exemplo do excesso de altura durante o transporte da cana-de-açúcar, as irrigações em contato com os condutores de energia e colheita mecanizada que tem gerado o toque de resíduos nos condutores.

LEGISLAÇÃO


De acordo com o a lei Estadual 7.454/2013, a queimada sem observância das distâncias mínimas de segurança acarreta aplicação de multa de 30 unidades Fiscais no valor de R$ 778,80 por hectare de área atingida. O causador do incêndio também está sujeito a responsabilidade penal, com reclusão de três a seis anos, previsto no art. 250 do Código Penal e a responsabilidade civil com possibilidade de ação indenizatória por danos materiais e morais da empresa contra o causador do incêndio nos termos do art. 927 do Código Civil.

A população também pode ajudar denunciando qualquer queimada embaixo da rede elétrica. O registro pode ser feito na Central de Atendimento da Equatorial, através do telefone 0800 082 0196.