Cidades

Justiça concilia sobre pensão de pai que não entrava em contato com a filha desde quando ela era criança

Sem a presença do pai durante toda a vida Maria Eduarda buscou a Justiça por estar passando por situação financeira delicada

Por Redação com Dicom TJAL 09/11/2022 10h01 - Atualizado em 09/11/2022 11h37
Justiça concilia sobre pensão de pai que não entrava em contato com a filha desde quando ela era criança
Audiência realizada no Cejusc da Uneal fez parte da Semana de Conciliação - Foto: Adeildo Lobo/Dicom TJAL

Vinte anos após ser abandonada pelo seu genitor, Maria Eduarda, de 20 anos, finalmente conseguirá receber seus direitos após audiência de conciliação aconteceu entre ela e Mário de Paula, na tarde da última terça-feira (8), no Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

Maria buscou contanto com seu genitor, que não entrava em contato com ela há muitos anos, por estar passando por dificuldades financeiras. O acordo firmado entre as partes foi para o pagamento de pensão alimentícia.

Maria Eduarda relatou que entrou em contato com o Cejusc do Judiciário de Alagoas há cerca de uma semana. Desde que ela era criança, que o gentitor não entrava em contato e a mãe optou por não solicitar a pensão. Mário de Paula foi morar em outro estado e Maria cresceu sob os cuidados da mãe solo, Sannye Krystine, que bancou todos os custos da criação da filha.

Hoje, aos 20 anos de idade e estudando para ser técnica de enfermagem, Maria Eduarda se viu em uma situação financeira delicada, que poderia ocasionar a não conclusão do seu curso. E foi assim que resolveu buscar o apoio do pai, que nunca mostrou interesse em ter contato com a filha.

Porém, ela relata que a relação entre os dois nunca foi tranquila. “Sempre que tentávamos nos reaproximar ou conversar sobre qualquer assunto, nós discutíamos bastante e acabávamos nos afastando novamente, bloqueando no whatsapp, e perdendo contato”, explicou a filha.

Mas foi a busca por seus direitos que restabeleceu um novo contato entre pai e filha. Durante a audiência de conciliação, mediada pela conciliadora Fabiane Carvalho, as partes chegaram ao acordo.

Ficou acordado entre pai e filha o pagamento de 300 reais mensais a partir de 10 de dezembro de 2022, valor que vai auxiliar Maria Eduarda no pagamento do seu curso de técnica de enfermagem.

Foto: Adeildo Lobo

Segundo Fabiane Carvalho, conciliadora que mediou o caso, no início não parecia que as partes chegariam a um acordo. “Eu costumo dizer que o trabalho do mediador é de humanização e vai além da audiência. Quando nós temos um olhar de amor e carinho pelas pessoas, acontece essa mágica de conciliar duas pessoas que estavam durante muito tempo em conflito”, explicou.

A Diretora do Campus XI da Uneal, Ilda Acioly, aproveitou para reforçar a importância da parceria entre o Tribunal de Justiça de Alagoas e Uneal neste trabalho que fortalece as instituições e os estudantes.

“Esse trabalho traz um enriquecimento muito grande para a formação acadêmica dos nossos alunos, que podem ver de perto como funciona uma conciliação”, explicou a diretora, enaltecendo também a importância de auxiliar o TJAL a agilizar processos dessa natureza.

A conciliação entre Maria e Mário foi uma entre as dez audiências realizadas pelo Cejusc da Uneal na última terça-feira, como parte das ações da Semana de Conciliação.