Cidades

Comissões da OAB/AL fazem vistoria em área afetada pela mineração nos Flexais

Vivendo uma situação de ilhamento social, famílias não tiveram imóveis incluídos no mapa de risco da Braskem e desejam a realocação

Por Ascom OAB/AL 15/09/2022 17h34 - Atualizado em 15/09/2022 22h58
Comissões da OAB/AL fazem vistoria em área afetada pela mineração nos Flexais
Flexal - Foto: Ascom OAB/AL

Integrantes das Comissões de Defesa dos Direitos Humanos e Especial do Caso Pinheiro da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) estiveram, nesta quinta-feira (15), na comunidade dos Flexais de cima e de baixo, em Bebedouro, para conhecer de perto a situação em que se encontram os moradores, que estão atualmente sem acesso a serviços básicos, convivendo com a violência em alta e sem perspectivas de melhorias.

Os problemas são decorrentes dos danos causados pela atividade mineradora da Braskem, que provocou a evacuação de importantes bairros da capital, inclusive o de Bebedouro. Os Flexais, porém, não foram incluídos no mapa de risco, o que acabou obrigando mais de 800 famílias a permanecerem no local, correndo riscos e precisando de transporte para compras básicas, tendo em vista que o comércio já não existe mais na região.

De acordo com Danielly Inês, membro da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ordem, o que se viu durante a visita desta quinta-feira já não é novidade. Pessoas isoladas e com o desejo de serem realocadas da comunidade, para que possam refazer suas vidas com dignidade em outro local da cidade, onde possam contar com serviços e assistência do poder público.

“Nós fomos convidados por uma das lideranças do Flexal para observar de perto o que estão passando. Eles estão abandonados. São muitos casos de assaltos, as ambulâncias não entram no período da noite, carro por aplicativo também se recusa a entrar na comunidade. Os comércios fecharam e até para comprar um pão eles são obrigados a pegar um transporte para se dirigirem a bairros vizinhos, que ficam a cerca de três quilômetros de distância”, afirma Danielly Inês.

Os membros das comissões conversaram com os moradores e ouviram de muitos os relatos de adoecimento em razão dos problemas ocasionados pela Braskem. “Essas famílias estão obrigadas a viver lá. Muitas pessoas trabalharam anos para conseguir levantar a casa própria e agora se encontram nessa situação. Tem também muita gente doente, que desenvolveu ansiedade, depressão. Uma senhora contou que a avó dela morreu em decorrência da depressão por causa dessa situação”, acrescentou Danielly Inês.

Além dela, também participaram da visita os advogados Djalma Cavalcante e Cristiane Fernandes, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos; e Thiago Paranhos e Wannessa Borba, da Comissão do Pinheiro. Diante de tudo o que presenciaram, os membros da Ordem vão avaliar de que forma poderão ajudar as famílias da comunidade e buscar, junto a outros órgãos e entidades, a realocação tão sonhada pelos moradores.