Cidades

Rio Novo: moradores de residencial cobram solução sobre fissuras

Famílias afetadas realizaram protesto na manhã de ontem; comprometimento afetou oito prédios que serão demolidos

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 16/08/2022 06h36 - Atualizado em 16/08/2022 09h07
Rio Novo: moradores de residencial cobram solução sobre fissuras
Protesto de moradores afetados cobrou aluguel social e esclarecimentos sobre as causas das rachaduras - Foto: Sandro Lima

Moradores do Residencial Vale do Amazonas, no Rio Novo, cobram respostas da Prefeitura de Maceió após a desocupação emergencial de oito prédios que tiveram comprometimento estrutural há cerca de um mês. Eles realizaram um protesto na manhã de ontem (15) para exigir esclarecimento sobre as causas e apoio em relação ao aluguel social que, segundo eles, não foi disponibilizado.

Um dos moradores, Vanderlei Silva, relata que a empresa BRK Ambiental deixou um serviço inacabado na região e, após as intensas chuvas, as rachaduras começaram a surgir. Ele conta que a evolução foi rápida e motivou a desocupação emergencial de oito prédios, entretanto, eles não sabem qual a dimensão do comprometimento e se pode atingir outros prédios.

“Estamos cobrando respostas porque algumas pessoas saíram do local, mas outras permaneceram e a gente não sabe o que está causando, como vai ficar, se vai atingir outros blocos, ninguém nos diz nada e ficamos apreensivos, sem informação nenhuma. A BRK fez um serviço lá e deixou o buraco aberto. Quando veio a chuva começou a ceder tudo. Nos primeiros 20 dias afetaram dois imóveis depois foi aumentando, a terra está cedendo a cada dia, a Defesa Civil tem ido todo dia no local, mas é preciso saber o que está causando”, afirma.

O residencial Vale do Amazonas tem 300 unidades habitacionais e foi entregue à população em 2016 pela Prefeitura de Maceió e Caixa Econômica Federal. Segundo os moradores, eles não tiveram disponibilizados aluguel social. Também não há informações se eles serão ressarcidos ou terão direito a outro imóvel.

“Tem gente aqui que está desempregado, que não tem condições de arcar com aluguel. A gente recebeu tem pouco tempo, há pouco mais de cinco anos. Não sei como isso acontece. Temos nossas prestações em dia, água em dia, luz em dia. Nosso sonho era ter uma moradia para o resto da vida e agora somos prejudicados. Construtora, Prefeitura, BRK, Caixa ninguém diz nada e a gente quer uma solução porque até agora não temos nada, nem aluguel social”.

A reportagem da Tribuna Independente esteve no local e constatou que algumas unidades já foram demolidas e empresas de limpeza urbana aguardavam chegada da Defesa Civil para iniciar a limpeza e finalização da demolição.

Segundo moradores de outras unidades, que permaneceram no residencial, as rachaduras nas vias têm se intensificado a cada dia.

Defesa Civil diz que acompanha caso, mas não informa causa do fenômeno

Em nota, a Defesa Civil informou que acompanha a situação, mas não informou as causas para o fenômeno. A reportagem apurou que há um relatório confeccionado, entretanto o documento não foi disponibilizado. Sobre o aluguel social, o órgão diz que as famílias precisam procurar a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para efetuar cadastro e ter direito ao benefício.

“A Defesa Civil de Maceió recomendou a demolição de oito apartamentos do residencial Amazonas, em Rio Novo, devido aos riscos de colapso, para preservar a vida dos moradores dos demais blocos, pedestres e motoristas que passam na via que dá acesso ao conjunto. Os apartamentos já haviam sido evacuados de forma preventiva no mês passado e as famílias receberam os encaminhamentos necessários para cada caso. O órgão acompanha a situação desde o dia 11 de julho, quando foi chamada pela população que apontava o aparecimento de fissuras em edificações e fendas na pavimentação que liga o residencial Vale do Parnaíba ao Vale do Amazonas. Os imóveis dentro da área seguem sendo monitorados pela Defesa Civil de Maceió, que enviará relatório à BRK Ambiental, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet), Setor de Habitação da Caixa Econômica Federal e Construtora que edificou os imóveis da região. A Sedet realizará análises e vistorias que apontarão a possível causa do aparecimento de fissuras”, diz o órgão municipal.

Procurada pela reportagem, a BRK Ambiental negou relação do problema com os serviços executados pela empresa no residencial.

“A BRK informa que a situação ocorrida em Rio Novo não tem nenhuma relação com os serviços da empresa na região. Durante o período de chuvas, a umidade do solo provocou a erosão nas vias e ocasionou o rompimento da rede de água que abastece o bairro. A concessionária realizou o serviço de reparo emergencial para solucionar os danos causados às tubulações e segue trabalhando para reparar todas as redes e reestabelecer o fornecimento de água na região”, afirmou.