Cidades

Moradores dos Flexais fecham via em protesto contra Prefeitura de Maceió

Ato se iniciou na rua Tobias Barreto e foi em direção à avenida Oswaldo Cruz, principal do bairro de Bebedouro

Por Lucas França e Gabriely Castelo com Tribuna Hoje 15/08/2022 15h50 - Atualizado em 16/08/2022 04h08
Moradores dos Flexais fecham via em protesto contra Prefeitura de Maceió
O ato saiu da rua Tobias Barreto em direção a avenida Oswaldo Cruz - Foto: Edilson Omena

Moradores dos Flexais se reuniram na tarde desta segunda-feira (15) para falar sobre os "acordos" que deveriam ser apresentados pela Prefeitura Municipal de Maceió em relação a realocação. No entanto, a reunião foi transferida para a sede da Defesa Civil sem aviso prévio. O ato se iniciou na rua Tobias Barreto e foi em direção à avenida Oswaldo Cruz.

Segundo as lideranças, os moradores não aceitam sair para outro local já que o combinado seria acontecer o encontro no bairro.

“Na última reunião na Prefeitura, com a presença do prefeito, ficou combinado que iríamos realizar uma reunião na comunidade, dentro do território, para discutirmos a situação dos Flexais, frente a proposta de acordo que o Ministério Público Federal apresentou juntamente com a Defensoria Pública da União em Alagoas (DPU/AL) e o Ministério Público Estadual. Essa reunião foi agendada para acontecer hoje, segunda-feira, as 15hrs, na comunidade. Quando foi ontem a reunião foi desmarcada. Transferiram a reunião para o CAT, tirando de dentro do território para uma área afastada, então a comunidade decidiu manter a reunião”, disse Mauricio Sarmento, líder comunitário.

Ainda de acordo com Maurício, na manhã da segunda-feira (15), ele oficializou via ofício na sede da prefeitura que os moradores não iriam se deslocar para outro espaço. Mas, a prefeitura não deu respostas.

"Fica inviável para os moradores se deslocarem. A reunião aqui é mais cômodo, pois a maior parte poderia participar e falar sobre os seus problemas", ressalta Sarmento.

Os moradores dos Flexais estão pedindo a realocação, uma vez que com a saída dos moradores do bairro de Bebedouro, eles ficaram ilhados, sem comércio, sem escolas e sem postos de saúde. Eles afirmam ainda que de forma direta o afundamento do solo prejudicou a rotina do local.

Os manifestantes queimaram pneus velhos, galhos de árvores e usando faixas com as reivindicações. Eles afirmam que só sairiam da via quando o prefeito JHC ou algum representante da Prefeitura for ao local. Com palavras de ordem o grupo gritava “o povo na rua, Braskem a culpa é sua" e "JHC, cadê você''.

Integrantes do Movimento Unificado das Vítimas das Braskem (MUVB) também estiveram presentes em solidariedade e apoio aos moradores dos Flexais. Uma carta aberta foi lida durante o ato e um abaixo-assinado que será entregue na prefeitura foi realizado no local.

Além disso, os moradores também ressaltam que o bairro ficou alagado durante as chuvas e muita gente perdeu móveis e não houve cadastros para ajuda social prometida pela Prefeitura.

"Nas eleições para prefeito ele veio ao bairro e foi bem recebido por nós. E por que agora ele não vem nos visitar e ver a situação que estamos passando. Porque ele não vem tentar comprar uma água por aqui. A situação é complicada" reclama, dona Maria Cícera.

Gerenciamento de Crise da Polícia Militar esteve no local.

A reportagem  entrou em contato com a Defesa Civil e em resposta, ó órgão se limitou apenas em falar que a reunião aconteceria no CAT (Centro de Acolhimento e Triagem), com parte dos moradores. Representantes da Defesa Civil Municipal estiveram no local para convencer alguns moradores a participarem da reunião no CAT. No entanto, liderança afirma que maior parte dos moradores não compareceram no local.