Cidades
Polícia investiga golpe de venda de vagas de emprego para hospitais públicos de Alagoas
Desde o fim do ano passado, é estimado que mais de 700 pessoas foram recrutadas para a suposta seleção
O delegado Sidney Tenório iniciou ontem (20) as investigações do caso de golpe de vendas de vagas de empregos para os hospitais públicos na rede estadual. Na fase inicial, serão ouvidas, aproximadamente, 40 vítimas, devendo estender os depoimentos até a próxima semana, para então chamar a acusada e funcionários da mesma para depor com a finalidade de descobrir quantas pessoas estão envolvidas no esquema.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Crimes Cibernéticos (Deic), após várias denúncias sobre uma a suplente a vereadora de Mar Vermelho ter aplicado o golpe do emprego em centenas de pessoas. Várias vítimas realizaram pagamentos, em valores de até R$ 3 mil, para garantir a participação na seleção das vagas oferecidas em instituições de saúde da rede pública estadual.
A acusada, Ana Rafaela Berto, pedia dinheiro sob a alegação de que os valores seriam usados para pagar exames de admissão dos candidatos, consultas com psicólogos e palestras.
De acordo com a acusação, Rafaela dizia trabalhar no setor de Recursos Humanos da Secretaria Estadual de Saúde. Em sua maioria, as vagas se referiam a uma função com um plantão a cada cinco dias e um transporte da própria Secretaria de Estado da Saúde, para levar e buscar os profissionais que moram em Maceió até a cidade do Hospital onde supostamente trabalhariam.
Segundo o delegado, por enquanto, o inquérito está sendo tratado como possível estelionato, podendo evoluir para falsificação de documentos, falsidade ideológica, usurpação de função pública e organização criminosa.
Tenório disse ainda que algumas das supostas vítimas também podem ter incorrido em crime, uma vez que a contratação de pessoas para o serviço público se dá através de concurso ou de nomeação de cargo em comissão.
“Por enquanto estão sendo tratadas como vítimas, sabemos que ao final pode uma ou outra ter tido o ardil para ter algum tipo de vantagem nessa seleção, mas todos que ouvimos até agora pagavam para custear os exames e palestras ofertados por Ana Rafaela. Se alguma vítima pagou na intenção de se beneficiar, vai ser responsabilizado pelo que fez”, pontuou.
Desde o fim do ano passado, é estimado que mais de 700 pessoas foram recrutadas para a suposta seleção. As vagas “ofertadas” eram para unidades em todo o estado, o Hospital Geral do Estado (HGE) também estava na lista.
Sobre o dinheiro pago pelas pessoas, o delegado explica que a polícia vai tentar recuperar através de bloqueio e sequestro de bens que a acusada tenha vindo a obter com o golpe aplicado.
A Prefeitura de Mar Vermelho foi contatada para saber como era o funcionamento do Instituto, se já foi solicitado algum apoio público e se tinha permissão para funcionar, mas não tinha informação sobre o assunto.
Delegado descarta envolvimento do ex-secretário Alexandre Ayres no golpe
O ex-secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre Ayres, pré-candidato a deputado estadual, denunciou nas suas redes sociais, que pessoas estariam usando indevidamente o nome dele para obter e oferecer benefícios ilícitos.
“É fundamental ficar atento para coibir o uso indevido do meu nome. Não aceite nenhum benefício. Nunca autorizei, nem pedi, nem compactuo com qualquer forma de vantagens, principalmente ilícitas. Para essas pessoas que agem de má fé, ofereço apenas a lei e a Justiça. Aos alagoanos que conhecem meu trabalho, ofereço dedicação, empenho e uma vontade imensa de ampliar o que fizemos na saúde para todas as áreas de Alagoas”, escreveu Ayres nas redes sociais.
A suspeita postava fotos nas redes sociais ao lado do ex-secretário de Saúde do Estado, Alexandre Ayres. As pessoas só perceberam que caíram num golpe quando o ex-secretário, publicou o comunicado informando que o seu nome estava sendo usado para dar credibilidade ao esquema. Mas de acordo com a polícia, Rafaella é a principal autora do golpe, e algumas outras pessoas que trabalhavam diretamente com ela serão investigadas para saber se há envolvimento e qual o grau do mesmo.
“O que temos a ligar do caso ao ex-secretário Alexandre Ayres é só o fato dele ter feito o boletim de ocorrência, inclusive denunciando a existência dessa pessoa que estaria usando o nome dele” explicou Sidney Tenório. “É possível que ele venha a ser ouvido por ter feito o boletim de ocorrência, mas na condição de ter feito o B.O, não como investigado no esquema criminoso”, concluiu o delegado Sidney Tenório.
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