Cidades
Bairros nobres de Maceió concentram maior número de focos de Aedes aegypti
Percentual de infestação ultrapassa 18% na Ponta Verde e no Jardim Petrópolis
Os bairros da Ponta Verde e Jardim Petrópolis, consideradas áreas nobres da capital, concentram o maior índice de infestação predial de Aedes aegypt. O percentual ultrapassa 18% em ambos. Os níveis alarmantes de proliferação do mosquito têm causado um boom de casos de Dengue e Chikungunya. A situação pode ser explicada pela proliferação do mosquito em áreas diferentes do habitual, desde tubulações defeituosas de ar condicionado, banheiros com pouco uso e até ornamentações.
Segundo a Prefeitura de Maceió as localidades que apresentaram índices mais elevados de infestação com risco de epidemia foram os bairros do Ponta Verde (18,9%), Jardim Petrópolis (18,5%), Poço (9,2%), Garça Torta (7,5%), Santo Amaro (7,08%), Jatiúca (6,95%), Chã da Jaqueira (6,66%) e Pitanguinha (6,17%).
Como explica a gerente do Programa de doenças transmitidas por vetores e animais peçonhentos de Maceió, Carmem Samico, o período de reprodução do mosquito é rápido, por isso qualquer fonte de água parada pode virar criadouro. Ela chama a atenção para ambientes que estejam desativados ou sem muita movimentação e que podem virar focos do mosquito.
“A incidência maior de chuvas este ano, ocasionou um ambiente propício. Nestes bairros nós encontramos maior proliferação do mosquito e aí gera um maior número de casos. O que explica esse aumento são os hábitos das pessoas, de não cuidarem de situações que nesse período de chuva mais intensa venha a acumular água como vasos de plantas, não cuidar de geladeira, ar condicionado que possa estar acumulando água, banheiros que não são usados com frequência, caixa d’água não tão vedadas, plantas ornamentais, bebedouros de animais que não são limpos com frequência”, disse.
Casos de Chikungunya cresceram mais de 3000% em Maceió
A gerente Carmem Samico explica que em média, depois da fêmea depositar os ovos, em 10 dias já se tem um mosquito alado e esse período pode se anteceder para 7 dias, por isso a necessidade de cuidado.
“Uma coisa que nós temos observado bastante são calhas entupidas, ambientes que não estão sendo observados dentro desses bairros e que favorecem o aumento. A gente verifica hoje, após o último monitoramento realizado na semana passada, que a proliferação do mosquito é que está em nível de alerta para a transmissão dessas arboviroses. Principalmente da Dengue e Chikungunya”
CHIKUNUGYA
Os casos de Chikungunya cresceram expressivamente e ultrapassam 3000% de notificações em relação a 2021.
“A Chikungunya vem de fato sobressaindo. Isso pode ser pessoas que não tiveram no passado e a infestação acima do esperado do mosquito, faz com que essa doença seja disseminada com maior velocidade por pessoas que não tinham a doença”
O problema, segundo Carmem é que a Chikungunya exige um período de recuperação maior e inclusive pode causar sequelas.
“É uma doença que causa sequelas e pode causar problemas crônicos, inflamações. Ela preocupa tanto quanto a dengue na questão das complicações, porque as duas podem ter algum fator associado e levar ao óbito. Então ela preocupa sim, porque em geral tende a um período maior de recuperação e sequelas que se prolongam e exigem atenção maior e cuidados maiores”, pontua.
Após adquirir a chikungunya, um paciente torna-se imunizado pelo resto de sua vida.
É importante salientar que, apesar de os mosquitos serem os agentes transmissores da doença, existem outras formas de se adquirir a chikungunya. A transmissão da mãe para a criança pode acontecer e, de acordo com o Ministério da Saúde, essa forma de transmissão ocorre quase exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas, isto é, quando a mulher entra em trabalho de parto e apresenta o vírus no sangue.
Ainda de acordo com o Ministério, essa transmissão pode desencadear infecção neonatal grave. Outra forma de transmissão da chikungunya inclui a via transfusional, porém o risco é baixo.
Assim como a dengue, não existe um tratamento específico para curar a chikungunya. Pacientes com essa doença são orientados a tomar medicamentos para diminuir a febre e as dores articulares e a ingerir uma grande quantidade de líquidos. Como nos casos de dengue, também é pedido que ácido acetilsalicílico não seja ingerido, sob o risco de desencadear hemorragias.
Mais lidas
-
1Mistééério...
Quem é ela? O mistério por trás da ‘Mulher de Branco’ em Tieta
-
2Grave acidente
Jogador da base do CSA tem amputação parcial de uma das pernas
-
3Falência
Laginha: Alagoas vai receber R$ 160 milhões
-
4Literatura
Atalaia pode ser vista e lida pelo Brasil e pelo mundo em duas grandes obras lançadas este ano
-
5'Ressurrection'
Nova série de Dexter, com Michael C. Hall, estreia em junho de 2025