Cidades

Automedicação pode matar em casos de dengue, zika e chicungunya

Conselheira do CRF orienta em caso de suspeita da doença procurar um profissional de saúde

Por Tribuna Independente 06/07/2022 07h11 - Atualizado em 06/07/2022 08h02
Automedicação pode matar em casos de dengue, zika e chicungunya
Ana Patrícia Barboza, do CRF/AL - Foto: Edilson Omena

Se alguém já não fez isso conhece um vizinho, alguém da família ou um amigo próximo que já tomou remédio sem prescrição médica. Segundo a Sociedade Brasileira de Clínica Médica, o Brasil é campeão da automedicação e o que pouca gente sabe é que os medicamentos são o principal causador de intoxicação.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde em Alagoas (Sesau) mostram que os casos de dengue, zika e chicungunya cresceram no primeiro quadrimestre de 2022. O percentual de aumento de dengue foi de aproximadamente 500%, os de zika 437,5% e de chicungunya de 969%, comparado com o mesmo período do ano passado.

De janeiro a abril foram notificados 2.870 novos casos de dengue, enquanto no mesmo período do ano passado foram 491 casos. No caso do zika, saíram de oito para 43 e de chicungunya de sete para 68 casos. No ano de 2021, o Estado de Alagoas teve 7.268 casos de dengue, 492 casos de zika e 196 casos de chikungunya.

Ao TH Entrevista, a conselheira do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Ana Patrícia Barboza, explicou que todos os anos existem os períodos sazonais de doenças como dengue, zika e chicungunya, e que infelizmente, de forma cultural, a população se automedica, o que se significa um risco para a saúde do paciente enfermo.

“Tais medicamentos podem levar a riscos sérios ao paciente, tornar a doença ainda mais grave, mascarar enfermidades pré-existentes e até levar à morte. Hoje a gente tem uma busca muito intensa, principalmente nas classes de analgésicos, de anti-inflamatórios dentro da farmácia para estados febris e de dor”, disse.

“Temos como exemplo o paracetamol, que é um medicamento que tem uma biotransformação de 99,9% no fígado e que pode acarretar, principalmente em pacientes que já têm problemas hepáticos, um problema maior ou gerar uma hepatotoxicidade”, enfatizou a conselheira do CRF/AL.

De acordo com ela, a classe dos anti-inflamatórios esteroidais (AIES) são medicamentos que trazem riscos principalmente em decorrência dessas arboviroses que podem causar estágios hemorrágicos.

Por isso, segundo Ana Patrícia, a importância de se procurar os profissionais da saúde na farmácia ou uma unidade básica para maiores orientações.

A conselheira alertou para os medicamentos como AAS, nimesulida, aspirina, coristina D, cetoprofeno, diclofenaco, piroxicam, ibuprofeno e outros. “É necessário ter cautela na hora de se automedicar, a procura é grande nas farmácias destes medicamentos. Por isso, sempre busque auxílio de um profissional de saúde para evitar os riscos que estes medicamentos podem trazer”, refrisou.