Mais que um cinema de rua erguido na década de 20, o Cine Pilarense se tornou um importante espaço multieventos. Funcionando quase que diariamente, com direito, é claro, a sessões de cinema gratuitas, o cinema totalmente restaurado pela Prefeitura do Pilar e reaberto, após 30 anos de completo abandono, no dia 19 de junho de 2020, no Dia Nacional do Cinema, é um patrimônio histórico que enche de orgulho a população não apenas do Pilar, mas de toda Alagoas.

Prova disso é que um jovem pilarense resolveu fazer uma pesquisa e, com ela, formar-se em jornalismo pelo Centro Universitário Tiradentes (Unit). Apaixonado pelo audiovisual, Matheus Guilherme, 24 anos, lembra que sempre teve vontade de contar a história do cinema de sua cidade, retratando-a em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o qual obteve nota máxima.

“Sou muito curioso e, desde criança, sempre quis saber um pouco mais sobre o Cine Pilarense. O estado em que ele se encontrava já rendia uma boa pauta, mas sua restauração me trouxe uma inquietação ainda maior. Decidi, então, narrar tudo o que ali aconteceu. Foi quando levei a proposta para o meu professor, destacando a importância histórica desse equipamento rico em curiosidades que me encantaram ainda mais”, recorda Guilherme.

Segundo ele, o trabalho intitulado “A Fênix da Sétima Arte Alagoana” faz alusão ao pássaro da mitologia grega que ressurge das cinzas, assim como ocorreu ao Cine Pilarense.

“A inspiração veio das entrevistas que fiz ao longo do trabalho para reproduzir os depoimentos de quem vivenciou a história do cinema no Pilar. Levei quatro meses para colher todas as informações e, portanto, construir uma pesquisa rica em detalhes. Talvez por isso é que fui convidado a mostrar meu trabalho durante as comemorações pelos dois anos de reabertura do Cine Pilarense”, emenda o jornalista, acrescentando que o TCC também está disponível, para consulta, pela internet (clique aqui).

“Também adaptei para o impresso, como revista, e para o rádio em três episódios de podcast. E estarei sempre disponível para falar do projeto sobre o nosso cinema, que carrega uma história que nenhum outro possui. Ele é único e especial também por conta de sua arquitetura, que foi preservada, ajudando a manter toda a tradição de cidade do interior”, reforça Guilherme.

Diretor do Cine Pilarense, Sérgio Moraes foi quem convidou Matheus Guilherme para exibir, nesta semana, o seu trabalho no cinema de rua do Pilar.

“É muito gratificante ver um pilarense retratar a história do nosso cinema, que foi reaberto graças à visão visionária do prefeito Renato Filho, que transforma a cultura e a vida dos pilarenses, mesmo em tempos de pandemia, tendo realizado um sonho que parecia impossível para muitos pilarenses, que achavam que o prédio iria cair, dando lugar, possivelmente, a um estacionamento. Este cinema reavivou o sentimento de pertencimento do nosso povo. Nosso cinema realmente ressurgiu das cinzas, como retrata o jornalista Matheus Guilherme, cuja pesquisa nos trouxe uma alegria imensa”, afirma Moraes.