Devido às fortes chuvas que acometem Alagoas, 35 famílias saíram de suas residências após os imóveis apresentarem rachaduras, na Rua Mensageiro Nedson, no bairro de Fernão Velho, em Maceió. Além das rachaduras nas casas, a rua teve o calçamento arrancado pela força da água e o asfalto afundou.

As precipitações que chegaram ainda no final de maio já deixam um saldo atual de 15.474 pessoas afetadas em todo o estado, sendo 12.628 desalojadas e 2.844 desabrigadas.

Em Maceió, de acordo com a Defesa Civil, somente esta semana, os pluviômetros registraram um acumulado de 108 mm de chuvas em 48h, totalizando 179 mm desde a última terça-feira (14). Foram atendidas 65 ocorrências neste mesmo período, sendo a maioria delas por problemas estruturais nas edificações.

O bairro que mais acionou a Defesa Civil entre a quinta e a sexta-feira foi o Benedito Bentes.

Em Fernão Velho, o líder comunitário do bairro, Laerte Silva, disse que o problema começou há cerca de 20 dias, mas se agravou na última semana. “Moro aqui desde pequeno, nunca pensei em acontecer uma situação dessas. É desocupar o que tem de desocupar e, infelizmente, só contar a história. Já temos 35 casas desocupadas”, afirmou.

Também moradora de Fernão Velho, a estudante Joyce Bernardes, de 20 anos, disse que está planejando se mudar, o mais rápido possível, após as rachaduras atingirem a casa em que mora com os pais. “A gente fica com medo, não sabe se vai acontecer algo pior. Acordamos hoje [sexta-feira (17)] com o barulho da casa da frente caindo. Graças a Deus que não tinha mais ninguém morando lá”, contou.

O morador de outro trecho da Rua Mensageiro Nedson, Júnior Alves, está sofrendo com a situação do asfalto. “Não passa nenhum carro, então tudo que a gente precisa tem que trazer andando. Agora mesmo, minha tia tá sem água e estou tendo que buscar a pé”, disse.

Segundo a Defesa Civil de Maceió, equipes operacional e social atenderam a ocorrência do local e, ao todo, 16 famílias foram retiradas de suas residências por segurança. “As casas apresentavam problemas estruturais decorrentes da localização em que foram construídas, próximo a uma encosta, o que gerou rachaduras e fissuras, agravadas pela deficiência da construção”, disse o órgão.

O órgão informou ainda que foi disponibilizado o abrigo municipal para as famílias, mas elas optaram por ir para a casa de parentes e que continua acompanhando a situação do local.