Cidades

Cerca de 60% das crianças aptas a tomar a segunda dose ainda não atualizaram cartão de vacinação

Fiocruz alerta para aumento de síndromes gripais com prevalência de infecção por coronavírus na população pediátrica não completamente vacinada

Por Ascom SMS 08/03/2022 18h40 - Atualizado em 08/03/2022 18h45
Cerca de 60% das crianças aptas a tomar a segunda dose ainda não atualizaram cartão de vacinação
Crianças aptas a tomar segunda dose precisam atualizar cartão de vacinação - Foto: Victor Vercant / Ascom SMS

A Prefeitura de Maceió convoca a população a atualizar a imunização das crianças contra a covid-19. Atualmente cerca de 60% dos meninos e meninas que estão aptos a tomar a segunda dose ainda não compareceram aos pontos de vacinação. O público é formado por crianças de 6 a 11 anos, que desde sexta-feira (4) já podem tomar o reforço da CoronaVac.

Especialistas afirmam que a vacinação pediátrica é fundamental para controlar a circulação do vírus e para a proteção das crianças, público ainda não completamente vacinado.

O Boletim Infogripe, divulgado na última sexta-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz, informa que de modo geral, houve redução da tendência de síndromes gripais, no longo (últimas seis semanas) e curto prazos (últimas três semanas) com prevalência do coronavírus nos registros de infecção em todas as faixas etárias analisadas. No entanto, apesar do cenário de queda na população em geral, a incidência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) em crianças apresentou “ascensão significativa” de 23% no período de 1º de janeiro a 6 de março. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 28 de fevereiro.

O pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta em nota divulgada pela Fiocruz, que na faixa etária de 5 a 11 anos, neste momento em que as crianças ainda não completaram o ciclo de vacinação contra a Covid-19, o risco de infecção é relativamente mais alto, ainda que os casos na população em geral estejam diminuindo.

"Em função disso, é importante que os responsáveis levem suas crianças para os postos de vacinação e estejam atentos à data para a segunda dose", enfatiza o pesquisador.

Ele chama a atenção para a importância de toda a população seguir com os cuidados básicos como o uso de máscaras, principalmente em ambientes internos como lojas, mercados, salas de aula e transporte público, além de seguir evitando locais com muita gente para diminuir o risco de levar o vírus para os mais vulneráveis.

"Isso também vai ajudar a proteger de outros vírus respiratórios que são causa importante de internações em crianças pequenas, como é o caso do vírus sincicial respiratório. A vacinação da população adulta diminuiu radicalmente o risco de casos graves, mas a epidemia ainda está presente”, reforça o pesquisador.

Em resposta a perguntas encaminhadas por meio das redes sociais da Prefeitura, o médico infectologista Renee Oliveira, que atua no PAM Salgadinho, reforça a necessidade de vacinar as crianças e a segurança dos imunizantes disponíveis para este público.

“Devemos levar em consideração que vacinas e crianças são duas situações que caminham juntas há várias décadas. A vacina CoronaVac é uma tecnologia antiga, de muitas vacinas que são aplicadas no dia a dia para as crianças, com poucos efeitos colaterais. São vacinas extremamente seguras, principalmente quando levamos em consideração quantas doses já foram aplicadas e que poucas crianças apresentaram efeitos colaterais comprovadamente relacionados às vacinas. Elas são seguras para as crianças. Os órgãos de controle, a Anvisa aqui no Brasil, a FDA nos EUA, na Europa, na China, em todos os países, têm um grau elevado de responsabilidade e não iriam aprovar vacinas sem comprovar sua segurança”, afirma o médico infectologista.

Ele lembra que as crianças são o último público a iniciar a imunização e estão, portanto, vulneráveis à infecção por coronavírus.

“As crianças não vacinadas estão suscetíveis à Covid-19. As crianças pegam a Covid-19 e adoecem também, precisamos ter isso em mente. Mesmo as crianças assintomáticas podem disseminar o vírus, por isso, precisamos ter o máximo de cuidado com essas medidas em geral. A vacinação para as crianças de 5 a 11 anos vai melhorar bastante essa situação”, alerta Renee Oliveira.