Cidades

Professores estão sendo obrigados a dar aula com sintomas gripais, diz sindicato

Pais estão ligando para entidade denunciando a situação, preocupados com o alto número de pessoas acometidas pela covid e influenza

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 29/01/2022 09h56
Professores estão sendo obrigados a dar aula com sintomas gripais, diz sindicato
Reprodução - Foto: Assessoria
“A gente vem recebendo denúncias de que algumas escolas estão exigindo que os professores trabalhem mesmo com sintomas gripais, e a nossa preocupação hoje, não é somente com os professores, porque eles estão vacinados na sua maioria com três doses e os sintomas são leves, estamos acompanhando isso. Mas é o início das aulas, os professores estão sendo pressionados a trabalharem com os sintomas gripais e passando para as crianças sem a devida imunização, então muitos pais estão com medo e ligando para o sindicato”, revelou Eduardo Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro/AL). Ainda de acordo com ele, muitos pais estão preocupados com o grande número de pessoas que estão sendo acometidas pela covid e pela influenza, inclusive procurando saber sobre algum decreto da Prefeitura de Maceió ou estado. “Até onde sabemos pelo menos a rede municipal vai começar no dia 14 de fevereiro, já houve uma mudança”, observou. “Então hoje é uma preocupação muito grande dos pais, porque muitos alunos vão voltar agora para rede privada que não está atendendo a solicitação do sindicato das escolas, porque tem autonomia e correndo risco, tendo em vista que muitas crianças ainda não foram vacinadas, porque o processo de vacinação está acontecendo e muitos professores e técnicos administrativos tanto da rede pública quanto da rede privada estão doentes e adoecendo, com menos gravidade, mas há possibilidade de contaminação”, ressaltou Eduardo Vasconcelos. O representante do Sinpro no estado lembrou também que estudos estão sendo feitos da nova variante ômicron, na sua origem: África e Europa onde a mesma teve um nível de pico de contágio muito rápido, mas da mesma forma um declínio, acreditando que basicamente é o que está acontecendo no Brasil. “Mas os estudiosos estão prevendo uma queda agora no meio de fevereiro”, frisou. Rede pública de Maceió volta no dia 14 de fevereiro A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Alagoas (Sinepe), Bárbara Heliodora, pontuou que cada escola define o seu calendário letivo e nem sempre esse calendário letivo tem início na mesma data e término na mesma data. “A única coisa que o sindicato exige é que o recesso escolar do meio do ano seja no mesmo período, ou seja, a escola pode começar ou não dependendo de como ela realizou ou está operacionalizando o seu calendário letivo, mas que o recesso seja Igualmente para todas”, pontuou. “Estamos fazendo consulta com os diretores para assim alinhar um pensamento” acrescentou. Em nota, a Secretaria de Educação de Maceió informou que as aulas da rede terão início no dia 14 de fevereiro e que inicialmente a Semed não exigirá o comprovante de vacinação para os estudantes. “Mas orienta que as escolas públicas municipais incentivem os estudantes e pais que estiverem dentro do público apto à vacinação contra a Covid-19. Inclusive, haverá vacinação nas escolas públicas municipais. A Rede Municipal de Ensino também conta com quase 100% de seus profissionais vacinados com as duas doses da vacina contra a Covid-19”. Sinpro vai enviar ofício para a Sesau Eduardo Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro/AL), salientou que enviará um ofício para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/AL) para comunicar o fato de professores estarem indo trabalhar mesmo com sintomas gripais. A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Alagoas (Sinepe), Bárbara Heliodora, salientou que não comunga da ideia do Sinpro/AL de que diretores estão pressionando os profissionais a trabalharem doentes. “Que a escola realize o seu plano B e funcione com ele, porque muitos pais estão exigindo praticamente que as escolas fiquem abertas, em decorrência de que não têm onde deixar seus filhos, muitos perderam o seu poder econômico que dava para ter uma pessoa em casa. E hoje, muitos estão associando o trabalho com a presença da escola e do aluno na escola”, salientou. Para uma mãe de aluno, que não quis se identificar, é possível que as escolas estejam relutantes em voltar ao ensino híbrido ou remoto porque perderam muito com isso. “Perderam alunos, perderam dinheiro ou deixaram de ganhar o que ganhavam, porque ano passado, por exemplo, não houve reajuste das mensalidades. No primeiro ano de pandemia tiveram que dar desconto nas mensalidades porque o ensino passou a ser 100% remoto. Então é possível que não queiram passar pela experiência novamente”. Ainda de acordo com ela, o fato é que os números estão crescendo e o sistema de saúde pode colapsar se não houver um controle em vários setores, como nas escolas. “Com tudo isso, ainda tem esse contexto favorável para a disseminação do vírus por aqui. É essa questão das escolas, são pais que não querem vacinar o filho com medo de reações cardíacas, é a prefeitura exigindo termo de autorização para vacinação de crianças, mesmo com a autorização dos pais e é também a falta de exigência do passaporte da vacina para o retorno às aulas”, criticou. O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas informou que não há denúncia sobre o caso específico colocado pelo Sinpro no órgão, mas orientou que os profissionais a façam, para que a instituição adote as medidas necessárias para solucionar as irregularidades.