Cidades

Sindicatos de Jornalistas do Nordeste farão campanha salarial unificada em 2022

Os jornalistas aprovaram, na Plenária Final, um plano de ação sindical com cinco eixos, além de uma pauta geral emergencial para o ano de 2022 com a criação de Grupos de Trabalho para estudar, detalhar e propor os encaminhamentos aprovados

Por Fenaj 23/11/2021 08h28
Sindicatos de Jornalistas do Nordeste farão campanha salarial unificada em 2022
Reprodução - Foto: Assessoria
O I Encontro dos Jornalistas do Nordeste, realizado de 19 a 21 de novembro de 2021, de maneira virtual, aprovou a realização de uma campanha salarial unificada na região em 2022. Os nove sindicatos debaterão uma pauta de reivindicações com pontos básicos comuns e farão, de maneira unificada, peças publicitárias, mobilizações e outras formas de pressão e sensibilização dos empregadores. No evento, que teve como tema “Jornalismo na Linha de Frente – O trabalho do jornalista em tempos de pandemia, desinformação e plataformização”, os participantes aprovaram uma plataforma geral de lutas e ações para ser aplicada pelos estados de acordo com suas realidades e um plano de 10 pontos que será encaminhado de maneira imediata, já a partir de dezembro, por todos os nove sindicatos da região. Neste plano estão inclusas ações como a preparação da Campanha Salarial Unificada 2022; um DIA REGIONAL DE LUTAS contra os atrasos salariais, desrespeito à jornada e precarização do trabalho; a realização de uma campanha de valorização profissional e sindicalização; ações de denúncia contra a violência que atinge a imprensa e cobrança por punição dos agressores, entre outros pontos. Serão formados grupos de trabalho para detalhar e encaminhar a plataforma de lutas, além de desenvolvidas ações unitárias dos departamentos jurídicos e assessorias técnicas. A ideia é estudar e ingressar com ações judiciais em defesa da profissão, a exemplo do cumprimento da jornada especial de trabalho da categoria, combate aos desvios de função e contratações precárias. Será elaborada uma proposta de piso salarial regional, para ser encaminhada à discussão em todas as assembleias legislativas dos nove estados, uma vez que não há um piso nacional legal. Ao final do encontro, após definida a plataforma de lutas, os presentes indicaram a realização deste evento a cada dois anos, além do compromisso de unificar as ações políticas e sindicais das entidades. A ideia é manter a troca de experiências e estabelecer a ajuda mútua para fortalecer os sindicatos e a luta dos jornalistas nordestinos. Dirigentes destacam luta coletiva Na abertura, realizada na noite de 19 de novembro, com a participação da presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, os representantes dos Sindicatos de Jornalistas da região destacaram a importância da união entre as entidades sindicais para o enfrentamento das questões que atingem a todos os jornalistas brasileiros, destacando os nordestinos, com as peculiaridades regionais. “O que está fazendo o Sindicato dos Jornalistas do Ceará, de transformar seu congresso em um encontro pioneiro como esse, é uma demonstração de desprendimento e de compromisso com a luta coletiva”, frisou Moacy Neves, presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba). “esse evento já é um sucesso pela sua realização. Que a gente possa tirar um plano de lutas específico para a região”, completou. Falando em nome do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba (Sindjor-PB), o dirigente Fernando Patriota destacou a necessária união dos sindicatos, sobretudo na defesa das questões salariais. “A união é o caminho para que a gente possa enfrentar e conquistar algumas vitórias”, disse. “Nossa união é importante para que a gente ute e vença”, disse Isaías Barbosa, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal). Ele relatou o calote que as Organizações Arnon de Mello vêm dando em 60 profissionais ao longo dos últimos três anos.  O grupo empresarial demitiu 35 jornalistas em 2018, com o fechamento do jornal Gazeta de Alagoas, e dispensou outros 25 trabalhadores da mídia em 2019, após a greve nas emissoras locais de TV, contra a proposta de redução salarial de 40%. O grupo de 60 jornalistas que trabalhavam nas empresas do senador Fernando Collor de Mello, não recebeu um centavo de verba indenizatória até hoje. Falando em nome da diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope), Filipe Farias Batista destacou que o encontro pioneiro veio para fortalecer ainda mais a categoria. “Estamos mostrando a importância da imprensa para a sociedade”, disse.