Cidades

“Prevenir é melhor do que remediar. Nunca se sabe quando precisaremos de assistência”

Em Alagoas, apenas 10% dos veículos têm seguro automóvel, segundo dados do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado

Por Lucas França com Tribuna Hoje 25/06/2021 16h33 - Atualizado em 07/04/2022 17h43
“Prevenir é melhor do que remediar. Nunca se sabe quando precisaremos de assistência”
Apenas 80 mil veículos possuem seguro em Alagoas, segundo o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Alagoas - Foto: Edilson Omena

O número de pessoas que possuem veículo ainda é bem maior que o número de pessoas que possuem seguro para o seu automóvel. Mesmo muitos sabendo da importância da prevenção em caso de acidentes ou roubo, os proprietários ainda não se deram conta das inúmeras vantagens do seguro. 

Segundo dados do Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), até dezembro de 2020, o estado tinha 930.933 veículos automotivos entre carros de passeios, motos, tratores, vans e ônibus. No entanto, desse montante a frota assegurada está entre 10% e 12%, ou seja, cerca de apenas 80 mil veículos possuem seguro em Alagoas, segundo o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Alagoas (Sincor/AL).

O presidente do Sincor/AL, Edmilson Ribeiro, diz que o seguro é extremamente necessário para a segurança do proprietário dos veículos porque protege de vários sinistros.

“Não dá para passar um dia, uma hora sem o seguro, além de proteger o seu patrimônio, ele ainda te garante a cobertura de terceiros caso venha a ser o causador de acidente - proteção de bem ou reparação a terceiros”, ressalta Edmilson Ribeiro.

“Não dá para passar um dia, uma hora sem o seguro'', diz Ribeiro, presidente do Sincor/AL (Foto: Lucas França)

Edmilson expõe que atualmente os seguros possuem várias coberturas que protegem os segurados. “Hoje o seguro automóvel tem várias coberturas, mas a básica é colisão, incêndio, roubo e terceiros. No entanto, dentro dessas coberturas tem as proteções de acessórios que é de vidro, farol, assistência 24h, de suma importância, como por exemplo, uma pane, bateria que não pega, chave que ficou dentro do carro entre outras. É garantia, é investimento e não gasto com bobagem’’. 

Ribeiro explica ainda que além do seguro ter sido criado para prevenir os motoristas de arcarem com perdas enormes relacionadas aos acidentes, eles também garantem um sossego maior na hora de encarar as desvantagens que os sinistros trazem emocionalmente. “Nesse caso, o segurado está garantindo a segurança de dias mais tranquilos. Tanto o bolso quanto a consciência estarão mais seguros”, justifica Ribeiro.

PANDEMIA E TRANSPORTE

Covid-19 não zerou números de sinistros

Mesmo em tempos de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), com o distanciamento social e aparentemente ‘‘menos’’ carros nas estradas e pessoas nas ruas, o seguro é de extrema importância. Uma vez que dados da Seguradora Líder no acumulado do ano (janeiro a dezembro de 2020), apontam que os acidentes continuaram. Nesse período foram pagas 310.710 indenizações pelo Seguro DPVAT para acidentes de trânsito ocorridos em todo o território nacional.

Entre as indenizações pagas, 33.530 foram para beneficiários de vítimas fatais; 210.042 para pessoas que ficaram com alguma sequela permanente; e 67.138 foram referentes a reembolso de despesas médicas.

Em Alagoas, no mesmo período, foram pagas 3.042 indenizações para beneficiários e vítimas do trânsito, sendo 360 para acidentes envolvendo automóveis e 2.475 envolvendo motocicletas.

Só em Maceió, a SMTT registrou, durante o ano de 2020, 891 acidentes em vias municipais (Foto: Edilson Omena)

Só em Maceió, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) registrou, durante o ano de 2020, 891 acidentes em vias municipais. Já nas rodovias estaduais do estado foi registrado um aumento nos acidentes de trânsito de mais de 13% durante o período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. Os dados são do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv). De janeiro a agosto de  2020, foram 636 acidentes contra 560 no mesmo período de 2019. A reportagem não teve acesso aos dados de setembro, outubro, novembro e dezembro até o fechamento do material.

Dados do BPRv também aponta crescimento no número de vítimas fatais. O número de óbitos no período já soma 25 a mais que em 2019. Foram 45 de janeiro a agosto de 2019, e em 2020 já são 70.

A Polícia Rodoviária Federal em Alagoas (PRF/AL) no primeiro semestre de 2020 registrou 282 acidentes, sendo 99 deles graves. O número de feridos e mortos foi de 307 e 34, respectivamente. Já no mesmo período de 2019 foram registrados 299 acidentes, 121 deles considerados graves, deixando 349 feridos e 46 mortos. Entre os resultados obtidos, a queda no número de mortos foi o que mais chamou atenção: 26% a menos em comparação a 2019. Diante da pandemia, o órgão teve que traçar novas metas de fiscalizações e lançar campanhas educativas para conscientizar a sociedade de seu papel transformador na redução do número de acidentes em todo o país.

Apesar do avanço, a PRF continua reforçando as fiscalizações nos trechos de BRs que cortam o estado. Os policiais observaram que os números poderiam ser ainda melhores se os condutores respeitassem as regras de trânsito. No entanto, as rodovias com menor volume de tráfego trouxeram para alguns condutores uma falsa sensação de segurança, o que faz com que eles tomem atitudes que normalmente não tomariam, aumentando o risco de acidentes. Até a finalização do material a reportagem não conseguiu obter junto à PRF os dados de todo o ano de 2020.

SEGURO X PROTEÇÃO VEICULAR

“A proteção não garante assistência e pode virar prejuízo’’

Para o presidente do Sincor/AL, as pessoas que estão buscando a proteção veicular por ser mais barata, estão sujeitas a terem prejuízos incalculáveis.

“Existe uma diferença muito grande. Seguradora é uma coisa e proteção veicular outra - isso não é seguro e não há garantia que irá receber ou terá assistência. Então, o cliente que deseja de fato ter uma assistência séria precisa contratar uma companhia de seguro, um corretor, esses sim vão lhe vender um produto de qualidade com melhor benefício, isso de proteção não existe, repito! Não é seguro. Com o seguro, o cliente estará assistenciado”, alerta Edmilson Ribeiro.

“Hoje o seguro automóvel tem várias coberturas, mas a básica é colisão, incêndio, roubo e terceiros'', diz Ribeiro (Foto: Edilson Omena)

DIFERENÇA

Na prática, a proteção veicular é um fundo administrado por uma associação devidamente legalizada e registrada, em que os associados dividem entre si os custos mensais dos eventuais acidentes. A proteção funciona geralmente por meio de associação de crédito. Os beneficiários pagam valores mensais para cobertura de eventuais problemas. É um sistema de rateio, onde se divide, de uma forma direta, os custos dos chamados sinistros (roubo, furto, colisão, enchente e outros) dos associados, de forma que, caso algum associado enfrente algum tipo de contratempo coberto pela proteção veicular, seja atendido de maneira facilitada.

“Ou seja, não é seguro. O contratante não sabe quem é o dono, para onde vai o dinheiro. Seguro só com a companhia de seguro, pois é uma coisa séria. Sempre orientamos os clientes, se querem contratar o produto seguro, procure um corretor, uma companhia. Caso você não conheça um corretor pode se informar com o Sincor que vamos lhe passar o contato por bairro, área de atuação, sexo, enfim... Mas, não cai nessa de contratar um produto que não conhece”, alerta Ribeiro.

Para o corretor, muitas pessoas acabam indo em busca de algo mais barato ou não fazem a contratação do seguro por conta da condição financeira.

“O seguro do automóvel depende da condição financeira de cada um – existem pessoas que não conseguem por vários fatores – desemprego, economia, momento atual por conta crise etc. Mas vale a pena investir em algo que você terá retorno e assistência”, diz Edmilson Ribeiro.