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Temporal causa vários estragos e prejuízos em Maceió

Em um dia, foram 140 milímetros de chuvas, quando a média do mês é de 354 mm; Chã da Jaqueira recebeu o maior volume e um bebê de 10 meses de idade foi arrastado pela água

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 16/06/2021 08h30
Temporal causa vários estragos e prejuízos em Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
Em apenas 24 horas, choveu nesta terça-feira (15) o que seria normal para todo o mês de junho na capital alagoana, resultando em vários estragos ao longo de ruas, grotas e avenidas da cidade. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mediu mais de 140 milímetros de chuva desde a madrugada de ontem, e ainda eram esperados mais 60 mm até o fim do dia, o que reforçou a atenção aos deslizamentos de terra. A média do mês, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia é de 354 milímetros. De acordo com informações registradas nos equipamentos da Defesa Civil Municipal, o local que mais choveu aponta para um volume de chuva de 142 mm no pluviômetro da Chã da Jaqueira. Em Ipioca, choveu 59 mm no mesmo período. Devido ao temporal, diversos bairros ficaram alagados e intransitáveis. No Pinheiro, como sempre, a Rua Miguel Palmeira ficou completamente encoberta pela água, impedindo a passagem de veículos de pequeno porte. Os motoristas que se arriscaram recuaram diante do risco para os carros. Em vários pontos de Maceió foram registrados congestionamentos, com mais veículos nas ruas e a redução da velocidade devido à pista molhada. No Tabuleiro do Martins, um motorista registrou alagamento no túnel do viaduto da antiga sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inaugurado no final de 2020. Por causa do volume de água, os carros não conseguiam passar pelo local. Na Cambona, Levada e no Mercado da Produção também foram registrados pontos de alagamentos. Motoristas tiveram que desviar por ruas paralelas, o que causou do mesmo modo grandes congestionamentos. Ladeira de Fernão Velho volta a ser interditada após fortes chuvas   Em Fernão Velho, a ladeira principal teve que ser interditada novamente por conta do risco de desabamento. “Os elevados índices pluviométricos registrados nas últimas 24 horas resultaram na necessidade da interdição da Ladeira de Fernão Velho nesta terça-feira (15). A medida é preventiva e visa garantir a segurança viária para os maceioenses que moram na região ou precisam acessar a via”, disse André Costa, superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). [caption id="attachment_455634" align="aligncenter" width="640"] Pro conta do risco, precauções foram tomadas em Fernão Velho (Foto: Assessoria)[/caption] Ele ressaltou a importância da compreensão dos maceioenses que trafegam pela localidade. “Compreendemos os transtornos causados pela interdição. Mas a medida é necessária para evitar riscos de acidentes. A providência tomada será avaliada, conforme os registros das chuvas na localidade, com o principal foco na garantia da segurança viária”, disse. LADEIRA DA PEDRA Moradores do bairro de Fernão Velho reclamam que outro acesso ao bairro, a Ladeira da Pedra, que seria uma via alternativa ao bloqueio da Ladeira de Fernão Velho, foi interditado pela Defesa Civil. O representante da associação de moradores do bairro, Laercio Silva, reclamou, pois o acesso terá que ser realizado pela Ladeira do Catolé, que é bastante distante. “Realmente, a ladeira foi interditada, só que a Ladeira da Pedra é a Defesa Civil, ela não quer também liberar não. Diz que está oferecendo risco. Da outra vez quem liberou a ladeira foi a gente mesmo, a comunidade, porque a gente estava ilhado. Mas até aí tudo bem, só que infelizmente a gente vai ter que transitar pela Mafrial de novo. Que é pela Ladeira do Catolé, nisso é meio complicado para a gente porque é muito longe, até o transporte público também vai ter que transitar por lá”, esclarece. Bebê morre após desaparecer na enxurrada em Chã da Jaqueira   Um bebê de 10 meses desapareceu após o deslizamento de barreira na Chã da Jaqueira, em Maceió, ontem. O Corpo de Bombeiros foi acionado para a ocorrência de soterramento na Grota Santa Helena e iniciou as buscas pela criança, que foi encontrada sem vida, horas depois. A mãe do bebê identificada como Cristiane Rodrigues da Silva, de 35 anos, o segurava no colo quando a casa foi atingida. O volume de terra acabou arremessando os dois em um córrego e ela não conseguiu segurar o menino, que foi levado pela enxurrada. De acordo com os bombeiros, o corpo da criança foi encontrado soterrado dentro do córrego, ainda perto da casa da família. Vizinhos também ajudaram nas buscas. O pai do bebê, Anderson da Silva, de 35 anos, também ficou ferido. O casal foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE). O estado de saúde deles é considerado estável. O boletim médico da unidade de saúde indicou que o pai teve ferimentos superficiais e fissuras na perna esquerda. A mãe teve ferimentos pelo corpo e precisou de suturas na cabeça e no ombro direito. ALERTA A Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh/AL) emitiu um alerta meteorológico informando que as condições atmosféricas sobre o leste do Nordeste do Brasil permaneciam favoráveis a ocorrência de chuvas com intensidade moderada e algumas pancadas intensas, que podem gerar acumulados significativos nas regiões do Litoral (atenção especial à região metropolitana) e Zona da Mata durante toda esta terça-feira. De acordo com a secretaria, nestas regiões havia risco elevado de movimentação de massa em áreas de encosta, alagamentos em áreas urbanas impermeabilizadas e transbordo de pequenos rios e riachos. Até ontem, os principais rios e lagoas do Estado de Alagoas não apresentavam risco de transbordamento.