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Livro de Aloísio Sérgio Barroso disseca “a grande crise capitalista”

De autoria do médico e pesquisador Aloísio Sérgio Rocha Barroso, o livro tem como base a tese de doutorado do autor, defendida em 2019 no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas

Por Fundação Maurício Grabois 04/06/2021 15h58
Livro de Aloísio Sérgio Barroso disseca “a grande crise capitalista”
Reprodução - Foto: Assessoria
Antes que a pandemia de Covid-19 devastasse a economia global e provocasse recessões recordes mundo afora, o capitalismo já vivia uma prolongada crise, que pôs em xeque o modelo neoliberal e provocou mudanças estruturais no sistema. Este é o tema de Uma Economia Política da Grande Crise Capitalista (2007-2017) – Ascensão e Ocaso do Neoliberalismo [Editora Anita Garibaldi, Fundação Maurício Grabois e Edufal]. O lançamento do livro acontece no dia 7 de junho de 2021, às 19 horas, com transmissão pela TV Grabois no Youtube. De autoria do médico e pesquisador Aloísio Sérgio Rocha Barroso, o livro tem como base a tese de doutorado do autor, defendida em 2019 no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp). Ao texto original, Sérgio Barroso incorporou sugestões de professores de Economia como Alessandro Ortuso (Facamp), Renildo Souza (UFBA), Denis Maracci Gimenez (Unicamp), João Quartim de Moraes (Unicamp) e Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp/Facamp). Há também uma seção especial sobre o “vendaval de 2020”, revelando os impactos econômicos da pandemia. "O livro é uma contribuição à critica do capitalismo dos nossos dias. A grande crise se arrasta agora com a trágica pandemia da Covid19, espalhando ainda mais o desemprego e as desigualdades. E deixa o desenvolvimento econômico-social muito mais distante. Certamente, uma nova onda de lutas sociais advirá, por toda a parte", comentou Barroso. Ao dissecar a crise, o médico abriu mão do que Belluzzo chama, no prefácio à obra, de “viés ontológico troncho das explicações neoclássicas à dinâmica do capitalismo”. O início da crise do sistema, há 14 anos, forçou essa releitura, ao desencadear não apenas uma “uma recessão corriqueira ou mesmo acentuada” – mas, sim, uma depressão. “Foi providencial que a tormenta de agosto de 2007, consagrada no setembro de 2008 nos EUA, que a economia monetária da produção de Marx e Keynes transformasse os sonhos daquele verão numa tenebrosa nevasca”, ironiza Belluzzo. Um dos principais méritos da pesquisa de Barroso foi desmascarar as justificativas falaciosas – ou “manobras ideológicas” – do capitalismo financeirizado. O autor denuncia que “a fantástica amplitude das transformações ocorridas no neoliberalismo e na ‘globalização financeira’ não apenas reafirmou a tendência à superacumulação de capital como introduziu novas determinações agravantes da instabilidade”. “Meu ex-aluno, Barroso teimou em percorrer uma pesquisa detalhada do caminho das transformações desse capitalismo”, diz Belluzzo. “Mas vai adiante, quando discute a natureza teórica da crise iniciada em 2007-2008, retomando a crítica ao que denomina de ‘caricatura’ das recalcitrantes teorizações neoclássicas camufladas no neoliberalismo, para enxergar, no fundo do ‘pote de ouro’, as trágicas aventuras da imensa riqueza financeira criada pelo capital fictício”. Já na apresentação de Uma Economia Política da Grande Crise Capitalista, José Carlos de Souza Braga – que também foi professor de Sérgio Barroso na Unicamp – elogia a “qualificada pesquisa teórica e empírica”. De acordo com Braga, Barroso partiu corretamente do pressuposto de que a “financeirização” é um “padrão sistêmico de riqueza em que há uma dominância financeira que marca a totalidade das estruturas, dos “atores” e da dinâmica econômica pertinentes ao capitalismo contemporâneo”. A Sérgio Barroso (Foto: Sérgio Silva) Segundo o professor titular da Unicamp, Barroso classifica as especificidades dessa crise capitalista – a primeira do século 20 – como “persistente, sistêmica e socialmente regressiva”. Ao mesmo tempo, o autor nos alerta para as “revoluções tecnológicas que reconfiguram as características do imperialismo contemporâneo e seus dilemas”, em especial a chamada 4ª Revolução Industrial (ou Indústria 4.0). Barroso conclui que é necessário superar o capitalismo em termos sociais, políticos e econômicos. “O caráter histórico – e lógico – do regime do capital, suas contradições e iniquidades dilacerantes clamam pela transformação radical de sua própria sociabilidade mistificadora, fabricante de riqueza – e de zumbis”. Para Quartim de Moraes, o texto de Barroso se destaca por uma série de qualidades: “Linguagem clara e precisa, densidade analítica, argumentação bem articulada, rigor teórico com abertura de espírito, debate crítico profundo e equilibrado, amplo domínio da bibliografia pertinente”. O livro ainda oferece ao leitor mais de cem citações de autores diversos sobre a crise – o que só reafirma a atualidade de Uma Economia Política da Grande Crise Capitalista. O AUTOR Aloísio Sérgio Rocha Barroso é médico, formado pela Escola de Ciências Médicas de Alagoas (1979). Pela Unicamp, fez especialização em Economia Sindical e do Trabalho (1998), mestrado em Economia Social e do Trabalho (2003) e doutorado em Desenvolvimento Econômico (2019). O LIVRO Título: Uma Economia Política da Grande Crise Capitalista (2007-2017) – Ascensão e Ocaso do Neoliberalismo Autor: Aloísio Sérgio Rocha Barroso Ano: 2021 Páginas: 288 Edição: Editora Anita Garibaldi, Fundação Maurício Grabois e Edufal O livro pode ser adquirido na loja virtual da Editora Anita Garibaldi através deste link: https://www.livrariaanita.com.br/produto/478220/uma-economia-politica-da-grande-crise-capitalista-2007-2017