Cidades

Afundamento: indenizações não chegam a 35% do total de imóveis desocupados

Segundo dados da Braskem, mais de 12 mil locais estão desabitados, mas apenas 4 mil indenizações foram pagas

Por Evellyn Pimentel, com assessoria com Tribuna Independente 11/05/2021 08h22
Afundamento: indenizações não chegam a 35% do total de imóveis desocupados
Reprodução - Foto: Assessoria
Há pouco mais de um ano em vigor o Programa de Compensação Financeira e Apoio a Realocação da Braskem realizou o pagamento de 4.027 indenizações. Isto representa cerca de 35% de todos os imóveis desocupados, o que segundo dados da própria empresa, são 12.426 imóveis. A lentidão envolvendo o pagamento das indenizações tem sido motivo de questionamento por parte de moradores, empresários e até dos órgãos de controle responsáveis pela regulação e acompanhamento dos acordos firmados com a empresa. Outro alvo de críticas tem sido o valor apresentado nas propostas que estaria abaixo do padrão do mercado e segundo moradores vem caindo em relação às primeiras propostas. Na edição do último fim de semana, a Tribuna Independente noticiou o imbróglio envolvendo uma das mais tradicionais igrejas do bairro do Pinheiro, a Menino Jesus de Praga e o valor apresentado como proposta de indenização. NÚMEROS Ainda de acordo com os dados da Braskem, cerca de 50 mil pessoas já deixaram os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol devido ao afundamento de solo. A empresa foi apontada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) como causadora da instabilidade de solo que vem causando rachaduras e obrigando moradores e comerciantes a deixarem os bairros. “Atualmente, todos os 14.319 imóveis do mapa de desocupação já foram identificados e 12.426 estão desocupados, o que representa cerca de 50 mil pessoas fora das áreas de risco. Na zona H, incluída no Programa em dezembro do ano passado, 84% dos imóveis estão desocupados. O prazo para encerrar a realocação nessa área, segundo o Termo de Acordo assinado entre a Braskem e as autoridades, vai até o final de 2022. A Área 01, também definida em dezembro, já tem 43% dos imóveis realocados. Como se trata de uma área de monitoramento, seus moradores podem aguardar o recebimento da indenização antes de se mudar ou esperar até dezembro de 2022, o que vier primeiro. Consideradas prioritárias, a área de resguardo em torno dos poços de sal e as zonas A e B do mapa definido pela Defesa Civil estão totalmente desocupadas desde abril do ano passado.  A zona C também já está desocupada, e mais de 98% das famílias e comércios já se mudaram das zonas D, E, F e G”, disse a empresa. Conforme afirmou a empresa, já foram destinados R$ 827 milhões em indenizações, auxílios-financeiros e honorários de advogados. “O Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação chegou a 6.122 propostas apresentadas para os moradores desde que o Programa foi criado, há pouco mais de um ano. Em abril, foram apresentadas 675 novas propostas de compensação financeira”, diz.