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Carteira Digital de Vacinação já pode ser usada por alagoanos

Para acompanhar trajetória de aplicação de doses na palma da mão, usuários devem baixar o aplicativo Conecte SUS

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 05/05/2021 08h20
Carteira Digital de Vacinação já pode ser usada por alagoanos
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ministério da Saúde (MS) anunciou o lançamento da Carteira Nacional Digital de Vacinação. Uma ferramenta para monitorar todas as imunizações em território nacional, inclusive da Covid-19. Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas já podem usar o recurso tecnológico para acompanhar toda a sua trajetória de aplicação de doses na palma da mão. Para ter acesso à carteira digital, é preciso baixar o Conecte SUS, aplicativo que foi lançado em 2010 pelo MS, e que recebeu uma atualização com informações referentes à vacinação contra a Covid-19. Mas esse processo não é obrigatório e fica a critério do usuário se quer ou não baixar. Em Maceió, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a carteira de vacinação física continua. Fernanda Rodrigues, diretora de Vigilância em Saúde do Município de Maceió, enfatizou que a Carteira de Vacinação Digital já está funcionando em todo território brasileiro, inclusive na capital alagoana. “O método facilita o acompanhamento do usuário em tempo real tendo em vista que todos os dados da vacinação são registrados de imediato logo após a vacinação”, disse. De acordo com a diretora, em breve, todas as vacinas poderão ser registradas na Carteira de Vacinação Digital. “Com essa nova atualização, fica registrado no site do Ministério da Saúde que vacina já tomamos e quando tomamos. Podemos, ainda, imprimir um relatório disso a hora que quisermos, ter esse arquivo salvo em nosso celular, sem necessariamente se preocupar com o cartão de papel que recebemos. Se por algum descuido perdermos o cartão de papel, a carteira digital já substitui”, observou Fernanda Rodrigues. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau/AL), o Conecte SUS pode ser baixado pela população que faz esse cadastro no sistema e, para o estado, o governo federal já destinou recursos para que as gestões municipais realizem essa informatização. “Daí, por exemplo, precisa verificar com os municípios como está esse processo de informatização”, frisou. A equipe técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL) informou que este preenchimento não é preconizado pelo MS. “Ainda é utilizado o cartão de vacinação não digitalizado. E toda vacinação é registrada no Sistema Nacional da Política de Imunização Sipni. Este registro no sistema é obrigatório e todos os municípios estão fazendo”, explicou. O Cosems esclareceu que os municípios receberam recursos de informatização das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Alagoas foi o estado piloto para informatizar em âmbito geral e não é direcionado à carteira digital. “A metade dos municípios, aproximadamente, informatizou suas UBSs porque a pandemia atrapalhou o processo licitatório, e os municípios não conseguiram avançar neste processo para a compra de computadores e tablets, pela falta de fornecedores”, acrescentou. “Vale ressaltar que o Conecte SUS é um aplicativo que o usuário pode acompanhar todos os seus atendimentos em saúde, inclusive o histórico vacinal”, emendou a equipe técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas. Infectologista: formato deve trazer maior controle   O formato digital permite que os brasileiros consultem todas as vacinas aplicadas nas redes: pública e privada – mas não só a da Covid-19 – deixando para trás as antigas carteirinhas de vacinação de papel, que podem sofrer rasuras ou até serem perdidas com o tempo. A infectologista Luciana Pacheco ressalta que a digitalização do cartão de vacinação é uma excelente iniciativa, pois deve funcionar como o cartão SUS, em qualquer local do país. “Vai facilitar também a vida do usuário, principalmente, pela possibilidade de ter seu histórico vacinal a qualquer momento, em qualquer lugar. Em papel, o cartão pode ser perdido e o usuário perder o controle da imunização, isso é muito frequente. Poucas pessoas adultas têm o cartão. É impressionante. Muitas vezes precisamos repetir vacinas porque as pessoas não sabem se foram vacinadas, quando tomaram as últimas doses, por exemplo”, pontuou a infectologista. Pacheco salientou ainda que tem vacina que a pessoa não sabe se tomou ao longo da vida e que algumas delas precisam de reforços, como a contra o Tétano. IDOSOS Dona Virgínia Passo diz que o aplicativo não será tão fácil para os idosos, visto que a terceira idade tem certa dificuldade de manusear equipamentos tecnológicos. “O meu celular é um lanterninha. Para baixar esse aplicativo vou precisar da ajuda de um neto, um filho, e no aparelho deles. E quando eu precisar ir tomar a segunda dose, por exemplo, ou outra vacina, eles terão que ir. Então acho pouco provável que essa ferramenta seja viável para todos”, opinou. Verônica Araújo concorda com dona Virgínia e acredita ser válido para a geração mais nova. “É provável que não tenha tanta aquisição assim esse aplicativo, para os mais velhos não, quem sabe os mais novos que manjam de tecnologia”, disse. Registro da dose na palma da mão   O Ministério da Saúde (MS) explica que, assim que receber a vacina, quem for cadastrado no sistema vai ter a dose registrada no Conecte SUS. “Na palma da mão e em tempo real, o usuário poderá consultar o tipo de vacina aplicada, o lote de fabricação e a data em que a dose foi tomada. A partir daí, o cidadão e o profissional de saúde também saberão o dia exato de aplicação de uma possível segunda dose. Esse mapeamento também vai evitar que uma pessoa tome doses de laboratórios diferentes”. De acordo com o MS, além da carteira de vacinação digital, o Conecte SUS também mostra dados de atendimentos e internações do paciente, permite a consulta de medicamentos e exames realizados, como o de detecção da Covid-19, por exemplo, e dá acesso ao formato digital do Cartão Nacional de Saúde, mais conhecido como Cartão SUS, que é o documento de identificação do usuário da rede pública de saúde. CADASTRO O cadastro no Conecte SUS é simples, feito em poucos minutos com número do CPF ou da Carteira Nacional de Saúde. Basta entrar na loja de aplicativos do seu celular ou tablet e fazer o download de forma gratuita. O registro também pode ser feito em qualquer computador com acesso à internet através do site conectesus-paciente.saude.gov.br – pelo portal, o usuário também consegue acessar a ferramenta. Até semana passada, mais de 8,5 milhões de downloads já foram realizados. O MS esclarece que não é obrigatório ser usuário do Conecte SUS para ser vacinado contra a Covid-19. (Com assessoria)