Cidades

Número de casos volta a subir em AL, que registra recorde de óbitos pela 2ª semana

Após semanas em estabilidade, novas infecções tiveram aumento e casos suspeitos subiram pela primeira vez em mais de um mês

Por Assessoria 19/04/2021 17h11
Número de casos volta a subir em AL, que registra recorde de óbitos pela 2ª semana
Reprodução - Foto: Assessoria
Após um período com sinais de desaceleração, a transmissão do novo Coronavírus em Alagoas voltou a apresentar evidências de aceleração, segundo análise do Observatório Alagoano de Polícias Públicas para o Enfrentamento da Covid-19. Os casos aumentaram novamente, com 5.336 registros de infecção pela doença nesta 15ª Semana Epidemiológica, e o número de mortes aumentou para 164, o segundo recorde consecutivo de vidas perdidas. Na semana passada, para efeito de comparação, foram 4.315 casos e 160 óbitos. Com a piora nos números, o risco de colapso volta a estar presente, já que as UTIs seguem com lotação próxima aos 90%. Em quase todas as localidades do estado, foi observada uma tendência de alta na infecção pela Covid-19. Arapiraca, Maceió e a Região Metropolitana (1ª Região de Saúde) apresentaram as maiores incidências do estado, com 266, 214 e 213 casos por 100 mil habitantes cada, respectivamente. Nos óbitos, Maceió lidera (8,8 por 100 mil), seguida pela 1ª RS (6,6) e Arapiraca (5,6). Além dos casos e óbitos, aumentou também o número de exames pendentes nos laboratórios do estado. É a primeira vez que esse número apresenta um aumento desde a 10ª Semana Epidemiológica de 2021. Eram 11 mil casos em investigação neste sábado (17), um aumento de 16% comparado à última semana. Cerca de 45% dos exames RT/PCR, padrão-ouro para verificação da infecção pelo coronavírus, retornaram positivos no Lacen/AL, segundo análise de dados feita pelo Observatório. Os leitos de UTI em Alagoas seguem com a ocupação estabilizada, apesar de não terem apresentado reduções recentemente e estarem acima dos limites de segurança, com ocupação média de 87% nas últimas 4 semanas. O Comitê Científico do Consórcio Nordeste (C4N) determina o patamar de 80% como o recomendado para adoção de medidas mais restritivas de circulação de pessoas, como o lockdown. A distribuição dos leitos pelo estado também preocupa: apenas nove dos 102 municípios alagoanos possuem UTIs exclusivas para tratamento de infecções por Covid-19. Desses nove, sete se encontravam com ocupação acima de 80% no último sábado. Palmeira dos Índios e Penedo, por exemplo, se encontravam com 100% de lotação, e Maceió possuía apenas 21 leitos disponíveis. Vacinação segue acelerando Em Alagoas, a vacinação já atingiu 409.739 pessoas, 12% da população. Desse total, 181.983 foram vacinadas na 15ª Semana Epidemiológica, seja a primeira ou segunda dose, que atingiu pouco mais de 4% da população. Mantido o ritmo da última semana, o Observatório estima que a campanha de vacinação se prolongue por pelo menos mais 21 semanas, ou até o início de setembro, para vacinar toda a população adulta do estado, cerca de 66% da população. Até lá, contudo, os números da pandemia no estado apresentam, novamente, sinais de descontrole, com a lotação das alas de UTI do estado em níveis considerados perigosos. Não  sendo revertido, o atual cenário pode levar a uma saturação do sistema de saúde e a mais mortes. Na visão dos pesquisadores do OAPPEC, é imprescindível a aceleração da campanha de vacinação no estado. Enquanto a vacinação em massa não levar a uma redução no impacto da pandemia em Alagoas, contudo, medidas que reduzam a circulação de pessoas e, consequentemente, do vírus, são necessárias, evitando um colapso que, apesar de parecer distante, já assola várias cidades do Brasil.