Economia

Frutos do mar devem ficar mais caros

Com a chegada da Semana Santa, tendência é que valores dos pescados sofram reajuste nos próximos dias, diz Fepeal

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 27/03/2021 10h11
Frutos do mar devem ficar mais caros
Reprodução - Foto: Assessoria
Quem pretende deixar para comprar o pescado da Sexta-feira da Paixão para a última hora deve se apressar para garantir um preço justo do fruto do mar. Isso porque, segundo a Federação de Pescadores de Alagoas (Fepeal), nos dias que antecedem a data haverá reajuste conforme a demanda for aumentando. O Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor de Alagoas (Procon/AL) realizou uma pesquisa de preço dos produtos culturalmente consumidos durante a semana santa nos principais supermercados e balanças de peixe de Maceió. Os valores dos frutos do mar variam de R$ 15 até R$ 100. De acordo com a pesquisa, a média de preços varia conforme o local. O quilo da tilápia pode ser encontrada por até R$ 20; do camarão barba roxa pequeno por R$ 25; da sioba por R$ 3; do camurim por R$ 40; do sirigado por R$ 35; do dourado inteiro R$ 30; da cavala branca pequena por R$ 25; e da arabaiana em posta por R$ 45. O filé de siri está custando R$ 45 o quilo; sururu e massunim R$ 20; polvo R$ 60; sardinha tratada R$ 15; filé de camarão barba roxa R$ 60; xaréu garassuma em posta R$ 28; agulhinha R$ 40; lagosta R$ 60. A lista completa de valores pode ser conferida no endereço eletrônico: http://www.procon.al.gov.br/pesquisas-de-precos/2021/PESQUISA%20SEMANA%20SANTA%202021.pdf . Fernando Sabino de Oliveira, membro da Federação de Pescadores de Alagoas (Fepeal), diz que as vendas estão boas, mesmo diante da pandemia, mas lembra que os preços podem aumentar nos dias que antecedem a Sexta-feira da Paixão, dia 2 de abril. Outro ponto que ele coloca é quanto aos horários de mercados públicos e feiras livres que estão fechando às 14h, e estão vedados de funcionarem às segundas-feiras, por causa da fase vermelha. “As vendas estão ótimas, vendemos para o freguês diário e para aqueles que compram em grande quantidade, principalmente do interior, que tem restaurante, pousada, hotel, estabelecimento comercial ou até mesmo bancas em feiras”, diz Fernando. “As bancas da beira da Lagoa Mundaú também estão vendendo bem o sururu. O pessoal gosta muito de consumir sempre e principalmente na Semana Santa. Os pescadores tiram da lagoa e comercializam no Dique Estrada, na pista ou em casa; os que sobram, eles entregam para o atravessador que já é cliente certo”, revela. Para Fernando Sabino, a pescaria está de vento em popa, porém o problema se dá em decorrência da alta de preços. “Tudo subiu. Então os pescados também vão junto. Quem não se apressar e deixar para última hora vai comprar mais caro do que já está agora”, avisa. “O sururu na semana passada estava R$ 12, agora passou para R$ 15 e daqui para a Sexta-feira da Paixão vai para R$ 18 a 20”, observa Sabino. “Sururu creio que não vá faltar porque a lagoa está minada, mas tenho dúvida quanto ao peixe”, salienta o membro da Federação de Pescadores de Alagoas. Sérgio Moura já aproveitou e comprou seu pescado. Ele comenta que prefere ir antes e deixar no congelador para fazer o almoço no dia da data especial. “Sou prevenido, porque tem muita gente que deixa para última hora. Tem que ir mais cedo para não ficar mais caro no dia”, frisou. Inácio Pereira, assim como Sérgio, já fez suas compras de frutos do mar. Ele comenta os pescados estão mais caros este ano, mas não se assustou ao ponto de deixar de comprar para consumir. “Peixe é tradição da Semana Santa, não pode faltar na mesa do cristão. Então a tilápia assada com legumes e o filé de siri estão garantidos para Sexta-feira da Paixão e Páscoa”, diz. Dona Maria Amélia, que sempre viaja para a casa da irmã no interior, mais uma vez este ano vai deixar a vontade para trás. “A família se reúne na casa da minha irmã em Arapiraca para almoçar na Páscoa. Costumamos ir logo na Sexta-feira da Paixão. Este não, é cada um na sua casa. Depois quando tudo isso passar a gente se junta e mata a saudade”, menciona. Chef ensina receita de moqueca de peixe e camarão Todos os anos, durante a semana santa, os peixes e frutos do mar são as estrelas dos almoços em família. O que não faltam são opções de pratos deliciosos, para todos os gostos. E para ajudar aqueles que ainda não fazem ideia do que preparar para o almoço em família deste ano, o chef de cozinha e professor de Gastronomia da Uninassau – Centro Universitário Maurício de Nassau Maceió, Antônio Mendes ensina uma receita de moqueca de peixe e camarão. [caption id="attachment_436780" align="aligncenter" width="400"] Moqueca de peixe e camarão do chef Mendes é opção para a Semana Santa (Foto: Assessoria)[/caption] Ingredientes: 600 g filé de camarão; 600 g de posta de peixe; 1 pimentão vermelho; 1 pimentão amarelo; 1/2 pimentão verde; 1 cebola roxa; 4 dentes de alho; 1,2 litro de leite de coco; 1/2 maço coentro; 1/2 maço cebolinha; 100 ml dendê; 4 tomates maduros; 5 unidades de pimenta de cheiro; 1 pimenta malagueta; 2 limões; 500 g farinha de mandioca; 100 ml azeite; 20 g açafrão da terra; 10 g pimenta do reino; 10 g cominho e sal. Modo de preparo: corte 1/3 dos pimentões, cebola, alho e o tomate em cubos pequenos e reserve. O outro 1/3 corte em rodelas finas, com exceção do alho. O restante dos vegetais corte grosseiramente e faça uma pasta com o leite de coco, sal, pimenta do reino, cominho, açafrão, pimenta de cheiro e pimenta malagueta. Tempere o peixe e o camarão com sal, pimenta e limão e reserve. Em uma panela, aqueça o azeite de dendê e refogue a cebola e o alho, posteriormente acrescente os pimentões, o tomate e refogue bem. Acrescente o peixe e depois a pasta e deixe cozinhar por 8 minutos. Após esse tempo, adicione os camarões e deixe cozinhar por mais 5 minutos. Finalize com coentro e cebolinha e ajuste o sal, se necessário. Utilize o restante do caldo e acrescente a farinha de mandioca aos poucos e mexa bem para fazer o pirão. Sirva com arroz e vinagrete. Rendimento para quatro pessoas. Nutricionista dá dicas de como escolher e descongelar A nutricionista Danielle Alice ressalta que o pescado fresco sem dúvidas é a melhor opção, porém na impossibilidade de aquisição deste, pode-se optar pelos congelados. Ela observou que nesse caso alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, adquirir os congelados de supermercados que recebem mercadorias com certificação de inspeção, por exemplo, selo do Instituto do Meio Ambiente (IMA). Ainda segundo a nutricionista, preferir peixes congelados que tenham na embalagem a data do congelamento, uma vez que depois de congelado o pescado tem uma validade de em média três meses. Outra dica é atentar às características sensoriais (cor, firmeza da textura), e por fim, se adquiriu um congelado, fazer o descongelamento sob refrigeração, ou seja, por para descongelar na geladeira. “Nada de pôr dentro de recipiente com água ou em água corrente para acelerar o processo. Uma última dica é adquirir outros frutos do mar e assim diversificar ainda mais o cardápio da Semana Santa”, avisou Danielle Alice. FEIRAS Diante da pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de Maceió informou que vem adotando diversas medidas para garantir que a população tenha acesso aos seus pescados de forma segura, seja no mercado público, nas balanças de peixe ou no centro pesqueiro. “Para garantir a segurança dos comerciantes e consumidores, tem sido realizada a sanitização de forma frequente nos locais. Os estabelecimentos, que devem seguir as determinações previstas do Protocolo de Distanciamento Social, têm sido orientados a utilizar sempre máscara, álcool 70%, manter a higienização das mãos, bancadas e materiais, além de não permitir aglomerações”, informou o órgão. No caso do Centro Pesqueiro, em Jaraguá, a Prefeitura de Maceió informou que será colocado um mix de estandes para a comercialização dos pescados no estacionamento. Sobre a qualidade dos pescados, a Vigilância Sanitária de Maceió destaca algumas observações que devem ser feitas pela população durante a aquisição desses produtos, como ter conhecimento das condições de exposição do pescado e observar sua aparência, seu cheiro e características sensoriais de modo geral, que devem estar preservadas nesse momento de exposição e venda. (Com assessoria)