Cidades

Advogado é condenado por estupro quase seis anos após o crime

Defesa da vítima, uma estudante de 17 anos à época, quer expulsão do homem do quadro da OAB, seccional Alagoas

Por Tribuna Independente 02/03/2021 09h53
Advogado é condenado por estupro quase seis anos após o crime
Reprodução - Foto: Assessoria

Após seis anos do crime, o advogado Bruno Henrique Costa Correia foi condenado a nove anos de reclusão pelo estupro de uma estudante à época com 17 anos. A sentença foi proferida no mês passado pela 14ª Vara Criminal da capital.

O réu ainda pode recorrer da sentença em liberdade e apenas para a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).

O advogado da vítima, Welton Roberto afirmou à Tribuna Independente que a pena foi considerada satisfatória e a expectativa é de que apesar da possibilidade de recurso a condenação seja mantida.

“Nos sentimos satisfeitos com a condenação e esperamos que a justiça mantenha a condenação efetivamente ele cumpra a pena que foi determinada pelo juízo criminal. Em relação a recorrer em liberdade, apesar dos longos seis anos de processo esperamos que tenhamos um desfecho mais célere”, detalha.

Além da reclusão a defesa da vítima atua desde o início do processo para que o advogado seja punido também pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Também vamos batalhar pela expulsão dele do quadro Ordem dos Advogados do Brasil porque o crime ocorreu dentro do escritório dele, onde ele retirou minha cliente da escola e na ideia de que precisava passar no escritório cometeu o estupro contra minha cliente. Também há uma veiculação com o caráter de que não há condições de continuar advogando”, reitera.

Procurada pela reportagem a OAB informou que devido ao código de ética da instituição não comenta casos de crimes envolvendo integrantes do quadro.

Relembre o caso

Em outubro de 2015 Bruno Henrique Costa Correia estuprou dentro de seu escritório a então estudante M.F.L. após oferecer uma carona a ela. Na época, o filho do advogado estudava no mesmo colégio que a vítima e o réu se aproveitava da condição de também ser ex-aluno para circular nas imediações do colégio.

Segundo o advogado da vítima, até hoje a jovem passa por tratamento devido ao trauma sofrido.

“Ele era pai de aluno e como ex-aluno se aproveitava pra ficar lá sem que o colégio percebesse sua atitude. A vítima até hoje se encontra abalada e com medo, precisou sair da escola e passa por tratamentos até hoje,” diz.

O crime ocorreu em outubro de 2015 e foi denunciado pela vítima a uma funcionária da escola. Ao ser comunicada, a família levou o caso à Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente e expôs a situação para encorajar vítimas a procurar a Justiça. À época uma ex-funcionária do réu tornou público um caso de assédio também envolvendo o advogado.