Cidades

Moradores do Bebedouro exigem rapidez do MPF e atacam Braskem: "tirou o nosso chão"

Manifestação na manhã desta segunda parou o trânsito na região da praça Lucena Maranhão

Por Tribuna Hoje 26/10/2020 14h54
Moradores do Bebedouro exigem rapidez do MPF e atacam Braskem: 'tirou o nosso chão'
Reprodução - Foto: Assessoria
Moradores da região do bairro Bebedouro, na parte baixa de Maceió, realizaram manifestação na manhã desta segunda-feira (26) na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro e na Praça Lucena Maranhão, tradicional destino da localidade. Eles pedem que o Ministério Público Federal (MPF) aja com mais celeridade com relação à inclusão de residências da área no mapa de risco. Os manifestantes pararam o trânsito, empunhando faixas também atacando a Braskem: "Luto por Bebedouro! Bebedouro pede socorro. A Braskem tirou o nosso chão!". Outras faixas diziam: "Braskem, você destruiu nossas vidas!", e "Ministério Público Federal, pedimos celeridade, somos vidas!!!" Além da agilidade cobrada ao MPF, o grupo também pede que uma ajuda maior seja dada ao bairro com relação ao afundamento do solo e às indenizações. Os problemas no bairro causados pela mineração, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), atingem, além do bairro, as regiões vizinhas do Pinheiro, Mutange e Bom Parto. [caption id="attachment_407512" align="aligncenter" width="600"] (Foto: Edilson Omena)[/caption] Duas regiões do Bebedouro eram alvo maior das reclamações pela não inclusão no mapa de risco até o momento, o Flexal de Cima e o Flexal de Baixo. Os moradores exigem que sejam concluídos os estudos na área para dar início às questões de indenizações aos habitantes e comerciantes do local. Por conta do protesto, a mineradora Braskem emitiu nota oficial, confira na íntegra: "NOTA BRASKEM Desde o último mês de dezembro, proprietários, inquilinos e comerciantes com imóveis localizados no mapa de desocupação definido pela Defesa Civil de Maceió são atendidos no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF), fruto de um acordo firmado entre ministérios públicos Federal e Estadual, defensorias públicas da União e de Alagoas, e a Braskem. Esse mês o PCF alcançou a marca de 2 mil propostas apresentadas aos moradores, com mais de 1.800 delas já aceitas e as demais, em análise pelas famílias. Apenas 3 propostas foram recusadas. A cada mês, o PCF está conseguindo somar mais 450 propostas apresentadas aos moradores. Até o momento, o Programa já pagou mais de R$ 200 milhões entre auxílios financeiros e compensações financeiras aos moradores dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto. A evolução desses números é acompanhada de perto pelas autoridades. Paralelo a isso, a Braskem segue realizando estudos para o entendimento das causas do fenômeno geológico que vem atingindo os bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Todos os dados coletados são avaliados periodicamente e compartilhados com as autoridades públicas responsáveis. A empresa também está em contato direto e permanente com as lideranças comunitárias dos quatro bairros afetados pelo fenômeno geológico, com quem todas as informações são compartilhadas. A Braskem respeita o direito de manifestação pacífica e reitera que sua prioridade é garantir a segurança e o bem-estar dos moradores dos bairros."