Cidades

Dia do Sorvete é marcado por aposta de expansão

Segmento no estado de Alagoas aposta em alta após período crítico enfrentado na pandemia do novo coronavírus

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 23/09/2020 08h32
Dia do Sorvete é marcado por aposta de expansão
Reprodução - Foto: Assessoria

Hoje, 23 de setembro, se comemora o dia do sorvete. O alimento, quase que unanimidade é celebrado neste dia devido ao início da primavera no Brasil, período mais propício para o consumo. Em Alagoas o setor vive a expectativa de crescimento após o período crítico enfrentado pela pandemia do novo coronavírus.

A Tribuna Independente conversou com as duas marcas de sorvete mais conhecidas de Alagoas: a Illa Sorvetes e a Fika Frio. Apesar de diferente, a comemoração da data este ano vai ser de olho no futuro, mais precisamente no verão, período em que as marcas apostam e faturam alto.

Douglas Diniz, fundador da Illa, afirma que o dia possui extrema importância. “A gente considera o Dia do Sorvete a principal data do ano. A gente cada vez mais vem divulgando esse dia, por exemplo, o dia da pizza é sempre muito comemorado, mas o dia do sorvete passava muitas vezes em branco. Então há quatro anos nós estamos apostando na data, fazendo promoções, lançamentos. Apostamos muito alto. Nós fazemos parte da Associação Brasileira de Sorvetes, que trabalha essa data nacionalmente, e queremos que ela cresça ainda mais, concentramos boa parte de investimento de marca nessa data. Este ano estamos apostando nas promoções, cada produto comprado o cliente ganha outro”, afirma Douglas.

O empresário explica que a pandemia sacudiu o setor em Alagoas. Mesmo assim, ele afirma que um planejamento de gestão fez a empresa andar na contramão da crise e apesar do impacto no faturamento, expandiu os negócios e ao invés de demitir, contratou. Um dos segredos, segundo Diniz, foi aproveitar as oportunidades.

“A gente vinha com um crescimento bastante acentuado de lojas, franquias, em março nós estávamos prestes a inaugurar a primeira loja fora de Maceió, em Arapiraca, estava previsto para inaugurar no dia 25 de março, mas dia 21 veio o cenário de agravamento da pandemia onde foi necessário fechar tudo. Naquele momento foi um choque muito grande porque vínhamos com muitos investimentos e de repente ter que parar toda a operação era muito complicado. Sem contar que era um cenário totalmente novo para todo mundo. E como fazer? Imediatamente nós colocamos gestores de risco e começamos a executar ações para driblar esse momento. Uma das coisas que mais marcou foi que nos comprometemos a não demitir ninguém e nesse cenário conseguimos inaugurar duas lojas, abriremos outra em dezembro e ao invés de demitir a gente contratou, conseguimos aproveitar o momento e criar oportunidades”, comemora.

Impactos após retomada ainda são sentidos pelo setor no estado

Os impactos seguem na rotina do setor, seja pela falta de insumos, demora no atendimento de pedidos, que o empresário afirma que estão aprendendo a lidar. “Em janeiro fomos a uma feira na Itália, a maior feira de sorvetes do mundo, quando a gente voltou foi com a ideia de lançar uma nova linha justamente para comemorar essa data. Mas por conta da pandemia, que pegou a maioria das pessoas de surpresa, a embalagem que é toda padronizada e demora só chegou essa semana. Então atrasou o lançamento, ficou inviável. A questão de matéria prima também temos tido problemas. Mas a expectativa é de melhora, cumprindo todos os regulamentos, mas esperamos que haja um crescimento”, diz.

O aumento nos preços dos insumos e na demora na chegada de matéria-prima vem prejudicando o setor.  Um ponto em comum entre as duas marcas é a queixa de matéria-prima. A falta de insumos tem prejudicado até o lançamento de novos produtos.

“As pessoas estão falando do arroz e do óleo e esquecendo do leite em pó, que no nosso caso é a principal matéria-prima, comprávamos um quilo por R$ 16 e hoje estamos comprando a R$ 30. Para ter uma ideia, um de nossos fornecedores recebeu um pedido, mas disse que só poderia faturar em janeiro do ano que vem”, reclama.

Clara Cabus, gestora comercial e de marketing da Fika Frio conta que, apesar dos protocolos de retomada e reabertura, das lojas os impactos estão presentes no dia-a-dia seja na produção, seja nas vendas.

“Nossos estoques estão bem baixos. A gente não vai fazer nenhuma promoção este ano porque estávamos com problemas de suprimento, com a entrega desses suprimentos.

Ela destaca que apesar desses fatores as perspectivas são promissoras. “Com a pandemia ficamos com as sorveterias fechadas, só na parte de delivery, a parte de picolés caiu muito por conta dos estabelecimentos pequenos que fecharam, e aí conseguimos compensar com os supermercados e delivery. Ainda assim, estamos com o faturamento das lojas muito baixo, mas estamos esperando que mude, que venha um bom verão. Acreditamos que a tendência é de alta, a gente aposta também no delivery para chegar na casa do consumidor, dar uma atenção em casa, na hora que o cliente quer”.