Cidades

Profissionais de eventos fazem manifestação na orla

Trabalhadores do setor se reúnem neste domingo na orla de Maceió para cobrar retorno das atividades e ajuda social

Por Texto: Rívison Batista com Tribuna Hoje 15/08/2020 08h03
Profissionais de eventos fazem manifestação na orla
Reprodução - Foto: Assessoria
A pandemia do novo coronavírus está fazendo estragos em todos os setores da economia. Pelo fato de o vírus ser altamente contagioso e aglomerações de pessoas terem se tornado um perigo por causa da disseminação da Covid-19, o setor de eventos tem sido um dos mais prejudicados com a paralisação das atividades. Em Maceió, uma manifestação de profissionais que trabalham com eventos está marcada para este domingo (16) na orla da capital. Segundo a organização do movimento, os trabalhadores “estão unidos com o propósito de retornar às atividades profissionais, desde que seja observado todo um protocolo sanitário que contemple a segurança de todos os que irão voltar a frequentar shows e espetáculos e, ao mesmo tempo, todos os trabalhadores e promotores destes eventos”. A concentração da manifestação será às 7h da manhã no estacionamento do Jaraguá e, a partir das 10h, percorrerá a orla da praia da Avenida até o Posto 7, na praia de Jatiúca, com vários veículos, inclusive trios elétricos. A classe também reivindica uma ajuda social. “É um auxílio temporário, para que as famílias de colaboradores sejam assistidas, bem como brigam por acesso a créditos e financiamentos prometidos, mas que até agora não conseguiram”, afirmam os organizadores do movimento. Eles também comentam que os profissionais também reivindicam regras específicas na cobrança de impostos, pois, de acordo com os organizadores, o setor de eventos será o último a retornar às atividades. “Esse é um movimento que vem acontecendo a nível nacional, mas que cada região está tendo a sua manifestação. Como este ramo de eventos é uma área que, sequer, tem previsão de retorno, foram definidas algumas condições. Por exemplo, teriam empréstimos, em que os empresários dariam uma parte e o governo outra, onde o foco são os funcionários, os colaboradores. Foram elaborados alguns projetos de auxílio emergencial em que as empresas voltariam agora, neste mês de agosto, a pagar. Só que todas as outras empresas voltaram ao exercício das atividades, e o setor de eventos ainda ficou proibido. Então se o pessoal não foi autorizado a voltar, como esses caras vão pagar os empréstimos?”, questiona Dinho Lopes, um dos organizadores do movimento em Maceió. “Foco principal é cobrar o auxílio emergencial”, diz empresário O empresário e músico Alexandre Pessoa também está à frente do movimento e afirma que o foco principal da manifestação dos trabalhadores não é reivindicar de imediato o retorno das atividades, mas cobrar por auxílio emergencial. “Vou tocar em três pontos básicos. Número 1: a ajuda emergencial para os mais vulneráveis que trabalham com eventos. São aqueles que não têm CNPJ, trabalham informalmente e que não foram contemplados com a ajuda do Governo de R$ 600. Ponto número 2: o Pronampe, que é um tipo de ajuda emergencial para as empresas desse segmento que dá direito à empresa ter 30% do seu faturamento anual. Você tem direito de tirar um empréstimo de 30% do seu faturamento, e as empresas de evento foram tirar e não conseguiram. Terceiro ponto: nós fomos os primeiros a parar e vamos ser os últimos a voltar. Só que tem uma coisa, os contratos de trabalho dos funcionários já voltam ao normal neste próximo mês. As empresas estão voltando, devagar, mas estão voltando. E o setor de eventos não. Já que nós somos os últimos a voltar, que aumente um pouco a carência do contrato de trabalho”, diz o empresário. Estado e Município A Secretaria do Estado da Cultura (Secult/AL) informou à reportagem que tem realizado várias ações afim de amenizar as consequências da pandemia no setor. “Novas plataformas, projetos e movimentações surgiram com um único objetivo: auxiliar, da melhor forma possível, o profissional da cultura. Do mestre a bandas, a Secult procurou ouvir e entender melhor as demandas dos segmentos para que a atual realidade não fosse tão difícil. A Secult lançou o edital “Festival Dendi Casa Tem Cultura”, entre outras ações como ‘São João Dendi Casa’, ‘2º Festival do Rock – Dendi Casa’ e ‘Cultura Capacita Online’”, afirma a secretaria. A Secult/AL também informa que esteve atuante na articulação nacional dos agentes culturais de todo o Brasil, culminando com a aprovação e sanção da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural. A Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) informou que está autorizada a realização de eventos no sistema drive-in, desde que sejam cumpridas, rigorosamente, as medidas de segurança, higienização e demais normas sanitárias e de saúde pública aplicáveis. Além disso, o responsável pelo evento deverá assinar termo de responsabilidade e a empresa precisa ser autorizada pela Semscs e pela Vigilância Sanitária Municipal.