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Busca por pescados para a Semana Santa continua baixa

Segundo vendedores, procura está abaixo do esperado para época; para eles, pandemia do Covid-19 está assustando clientes

Por Lucas França com Tribuna Independente 03/04/2020 13h16
Busca por pescados para a Semana Santa continua baixa
Reprodução - Foto: Assessoria
Faltando poucos dias para a Semana Santa, pescadores e comerciantes de Maceió afirmam que a procura por pescados está abaixo do esperado para o período. Alguns vendedores acreditam ser por causa da pandemia do coronavírus (Covid-19) que está deixando as pessoas sem sair de casa. E outros dizem que a procura só aumenta na próxima terça e quarta-feira - já que a maioria consome o produto na Quinta e Sexta-feira Santa. De acordo com a vendedora Erivalda Santos, conhecida como Eri dos Camarões, a procura está muito abaixo do esperado para o período que antecede a tradição do consumo de pescados. “As vendas estão devagar demais. Isso não era o esperado para a época. A pandemia está prejudicando bastante porque as pessoas não estão saindo de casa. Esse ano não teremos uma Quaresma como nos anos anteriores. Além disso, falta divulgação do Centro Pesqueiro porque as que houve foram apenas falando da entrega, da mudança e construção, mas o funcionamento mesmo não existiu’’, comenta. Eri diz ainda que a oferta dos pescados, seja camarão, peixes de várias espécies, sururu e outros, tem, mas o que falta são os consumidores. “Os produtos temos. Inclusive com preços diversos e facilidades. Aceitamos cartões e fazemos entregas se for o caso’’. A vendedora Joseane Rodrigues Silva também relata que a procura está ruim. “Muito ruim se for comparado ao período. Mas acredito que é só por conta do tal coronavírus, e nossa expectativa é que semana que vem melhore consideravelmente’’. Já Manuela Santos que também vende pescados No Centro Pesqueiro de Jaraguá em  Maceió, assim como Eri e Joseane, disse que para ela as vendas estão razoáveis. “Estou achando as vendas razoáveis. Na verdade pela manhã o movimento é melhor. Porém, não está péssima a procura’’, explica Manuela. A dona de casa Elianete Gomes disse que segue a tradição de comer pescados nesse período. “Hoje (quinta-feira, 2) sai para comprar para o dia. Mas semana que vem pretendo vir comprar os produtos para o tradicional almoço”. Valores praticados podem sofrer reajustes, dizem comerciantes   As vendedoras aconselham para que as pessoas vão em busca dos produtos da Semana Santa com antecedência porque eles podem sofrer algum reajuste com a proximidade da data. “Na verdade, isso não cabe a gente - se os pescadores aumentam, temos que repassar para os clientes também com um valor a mais do praticado hoje, por exemplo’’, disse Santos. No Centro Pesqueiro de Jaraguá, os valores repassados aos clientes até esta quinta (2) no quilo dos pescados variavam conforme qualidade e espécie. Mas a média era R$ 20, R$ 25, e R$ 30 o quilo do peixe. O camarão também sofria alterações de valores que ficava entre R$ 30 a R$ 50 e o sururu em média R$ 20 o quilo. Na Balança do Peixe da Pajuçara, as vendas também estavam razoáveis segundo o vendedor Dionei Silva. “Considero que estão razoáveis, mas claro que poderiam estar melhores se houvesse movimentação de pessoas passando por aqui. Nossa expectativa é que melhore no início da próxima semana”. Por lá, os valores cobrados também dependem do produto e seguem o mesmo que o cobrado no Centro Pesqueiro. FEIRA DO PEIXE E este ano, infelizmente a 7ª edição da Feira do Peixe Vivo em Alagoas não irá acontecer. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), devido ao decreto de emergência do Governo do Estado para conter o avanço do novo coronavírus, ficam suspensas as feiras de peixe, tradicional em toda Semana Santa em Maceió e algumas cidades do interior onde ocorria o evento. A secretaria reforça que, junto com os agricultores alagoanos, está com muito empenho e esforço tomando todas as medidas para garantir o abastecimento de alimentos para os municípios. No último fim de semana, a Tribuna Independente publicou matéria em que o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas, João Lessa, dizia que a feira estava pronta para ser realizada, mas dependia muito do atual cenário. E ontem, a assessoria de comunicação da Seagri confirmou o cancelamento da feira.