Cidades

CBTU remove estação do Mutange

Interrupção do trajeto do VLT entre o bairro e as imediações da Ladeira do Calmon começa nesta quarta-feira (1º)

Por Texto: Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 01/04/2020 08h06
CBTU remove estação do Mutange
Reprodução - Foto: Assessoria
A estação do Mutange, parte da histórica rede ferroviária de Alagoas, deixou de existir nesta terça-feira (31) após remoção. A suspensão das paradas nesta estação e do percurso compreendido entre Bebedouro e Mutange fazem parte das medidas adotadas por órgãos alagoanos como prevenção ao afundamento de solo. Nesta terça, a reportagem da Tribuna Independente flagrou o momento da remoção. Nas imagens é possível constatar que a estrutura foi desmontada e colocada em cima de um vagão. As operações de embarque e desembarque na estação do Mutange foram suspensas desde o dia 21 de março. Já a interrupção de parte do trecho, foi anunciada na semana passada pela CBTU. Esta quarta (1º) começa o período de suspensão em trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Entre as imediações da Ladeira do Calmon e o Mutange. Num informe encaminhado à imprensa, a CBTU afirma que além das mudanças, as operações terão novos horários. “A CBTU informa, que a partir de desta quarta-feira, dia 1º de Abril, as operações ferroviárias terão nova grade horária entre Jaraguá e Bom Parto e Lourenço de Albuquerque e Bebedouro, em razão da suspensão dos serviços entre Bebedouro e Bom Parto recomendada pela Defesa Civil do município de Maceió”, diz a companhia. No entanto, ainda não há detalhes sobre como ocorrerá a chamada baldeação dos passageiros entre as estações de Bebedouro e Bom Parto. Tanto CBTU, quanto Braskem e Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) não especificaram como será feita a locomoção dos passageiros para as demais estações que continuam em funcionamento. “A baldeação entre as Estações de Bebedouro e Bom Parto somente se concretizará após a contratação de ônibus para os usuários pela Braskem e SMTT, o que deverá levar algum tempo”, pontua a CBTU. Segundo a Braskem, a empresa atua no suporte das ações, mas as decisões são definidas pelos órgãos públicos, neste caso, SMTT e CBTU. “A Braskem apoiará a adoção das medidas que forem definidas pelas autoridades públicas para garantir que os usuários dos trens possam concluir o trajeto da melhor forma possível”, resume a Braskem. SMTT não explica como ocorrerá transbordo de passageiros   Em nota, a SMTT diz que o transbordo dos passageiros deve ocorrer sem custos adicionais, no entanto, não especificou como isto deve acontecer. “A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) esclarece que está trabalhando com a Braskem e a CBTU para que seja assegurado o transporte aos usuários do VLT. O órgão ressalta ainda que está prestando apoio à empresa Braskem e à CBTU no que diz respeito ao processo de elaboração de horários e à criação de uma nova rota para que o transbordo dos passageiros da Estação de Bebedouro até a Estação do Bom Parto seja feito da melhor maneira possível, sem custo adicional aos usuários”. ENTENDA O CASO O processo de afundamento de solo, apontado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) como decorrente da extração de sal-gema vem afetando mais de 40 mil moradores nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e mais recentemente no Bom Parto. A situação de calamidade pública dos bairros foi decretada no fim de 2018 e renovada por duas vezes, a última na semana passada pela Prefeitura de Maceió. Desde o dia 3 de março de 2018 quando um tremor de 2,5 na escala Richter foi sentido no bairro do Pinheiro e adjacências a escalada de rachaduras em imóveis e vias não parou de se intensificar.  Devido ao problema, mais de 2500 moradores já precisaram deixar seus imóveis no bairro do Pinheiro. Em 3 de janeiro deste ano um acordo judicial firmado entre órgãos de controle e a Braskem estabeleceu a retirada de 17 mil pessoas das áreas de maior criticidade dos quatro bairros afetados.  Além de retirar as pessoas, a Braskem deve indenizar. As ações, previstas no acordo podem levar até dois anos para a conclusão. Em cronograma divulgado pela Braskem e órgãos de controle, a saída dos moradores das áreas consideradas de risco deve ocorrer até o dia 1º de abril. No entanto, um relatório do CPRM pede que a área de desocupação seja expandida devido à aceleração do processo. As análises do CPRM apontam que entre os anos de 2016 e 2019 já houve 70 cm de afundamento.