Na noite desta sexta-feira (3), uma transexual teria sido impedida de usar um banheiro feminino de um Shopping localizado na parte alta de Maceió.  A cabeleireira Lanna Hellen, teria sido expulsa pelos seguranças do estabelecimento. Indignada com a situação ela protestou ainda no estabelecimento.

Os vídeos que circulam nas redes sociais, mostram que a mulher trans protesta no meio da praça de alimentação do shopping e grita, que um dos seguranças a tirou do banheiro quando ela iria fazer suas necessidades fisiológicas.

Em um dos vídeos, a moça diz: “Esse segurança me tirou do banheiro e disse que eu teria que usar o banheiro de homens. Isso é passado, isso é homofobia e é crime’’, grita a jovem.

Outros vídeos mostram a mulher em cima de uma mesa protestando e relatando o ocorrido para as pessoas que estavam na praça de alimentação. O vídeo mostra ainda os seguranças tentando tirar a “vítima’’ a força do local.

A reportagem do portal Tribuna Hoje conversou com a cabeleireira Lanna por telefone na manhã deste sábado (4), e ela relatou a situação informando que ontem mesmo realizou o Boletim de Ocorrência (BO). “Estava no banheiro feminino quando fui expulsa, alegaram que eu teria que usar o banheiro masculino. Fiquei indignada com a situação e denunciei para quem estava presente no estabelecimento. Agora estamos tomando as medidas cabíveis’’.

Por rede social, o presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, se solidarizou com a mulher e pediu ajuda para a vítima. “Fiquei sabendo do caso agora pouco deste caso que aconteceu no shopping. Segundo informações uma trans foi expulsa do banheiro e quando tentou denunciar o caso na praça de alimentação foi expulsa e agredida por seguranças do shopping. Estou no interior, mas daqui vendo alguém que possa dá auxílio a vítima, e na segunda-feira nossa equipe jurídica averiguará o ocorrido, e, caso, seja constatado excesso por parte do shopping tomaremos as medidas legais’’, concluiu.

Segundo Marcelo Nascimento, fundador do Movimento LGBTI, graduado em Direito e pesquisador em Direitos Humanos e Diversidade Sexual e de Gênero, o grito desesperado por socorro da mulher trans, coloca em cheque a sociedade intolerante.

‘’Cabe aplicação da Lei Municipal 4.667/97 que proíbe discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero nos estabelecimentos comerciais, indústrias e repartições públicas’’, afirma  Nascimento.

Em nota, a assessoria de comunicação do  Shopping Pátio Maceió esclareceu que a equipe de segurança foi acionada em socorro a uma ex-funcionária transexual de uma das lojas, que subiu em uma mesa da Praça de Alimentação. A ação foi necessária para garantir a segurança da própria pessoa e dos demais clientes e negou que ela tenha sido expulsa do banheiro.

 Leia a nota na íntegra:

O Shopping Pátio Maceió esclarece que ontem (03), a equipe de segurança foi acionada em socorro a uma ex-funcionária transexual de uma das lojas, que subiu em uma mesa da Praça de Alimentação. A ação foi necessária para garantir a segurança da própria pessoa e dos demais clientes. Informamos também que em nenhum momento a cliente, até este fato, foi impedida de utilizar as instalações do Shopping. Esclarecemos que não houve registro de nenhuma pessoa impedida de usar o banheiro. O Shopping Pátio Maceió segue apurando os fatos e se mantém firme no compromisso de atender com respeito e segurança a todos os seus clientes. O Shopping informa, ainda, que recebe e acolhe com respeito e empatia a todos os públicos independente de orientação sexual ou identidade de gênero, e reitera que respeita os direitos assegurados no Brasil a toda comunidade LGBTI+ e repudia qualquer restrição do direito de ir e vir.

Ato

Um ato foi programado para a tarde deste sábado (4) às 16h no Shopping Pátio Maceió. A imagem de convocação para o ato nas redes sociais diz: "PROTESTO! Pelo direito de ir e vir, diga não à transfobia! #ShoppingPátioTransfóbico suba a # no Twitter".

Em um vídeo feito durante o protesto, os manifestantes seguraram as mãos uns dos outros e entoaram "Ninguém solta a mão de ninguém".