Cidades

Moradores do Bom Parto aguardam nova avaliação da CPRM

Sal surge nas paredes de outros imóveis e nas ruas, mas ainda não há respostas para fenômeno que ocorre no bairro

Por Tribuna Independente com Evellyn Pimentel 04/12/2019 11h21
Moradores do Bom Parto aguardam nova avaliação da CPRM
Reprodução - Foto: Assessoria
As paredes de imóveis e nas ruas do Bom Parto continuam despertando a atenção dos especialistas. Técnicos do Serviço Geológico do Brasil devem iniciar uma etapa de estudos no local em busca de respostas para o fenômeno. O pesquisador Abel Galindo também afirma que deve avaliar a situação de forma mais detalhada. O líder comunitário do bairro, Fernando Lima, afirma que a comunidade está à espera de respostas. A promessa feita na última visita dos técnicos à região, na sexta-feira (29/11) foi de que uma nova equipe avaliaria a situação esta semana. Segundo ele, na última atualização dada, a equipe estaria desembarcando em Maceió no fim da tarde de ontem (3). “A CPRM esteve aqui na semana passada, meio de supetão, vieram três técnicos especialistas em cartografia, vieram para pontuar alguns locais onde eles vão trabalhar aqui colocando equipamentos para monitorar a movimentação. A questão do sal ficou de vir pessoal especializado, geólogos, para verificar in loco o que está acontecendo. Me passaram que viriam esta semana. A última informação que tive foi de que desembarcavam hoje [ontem] em Maceió”, afirma o líder comunitário. A Defesa Civil de Maceió e o Serviço Geológico do Brasil foram procurados pela reportagem para confirmar a etapa de estudos no Bom Parto, mas até o fechamento desta edição não houve posicionamento. Fernando Lima destaca que desde a última sexta-feira outros imóveis já tiveram registros de aparecimento de sal. Ele reclama da falta de providências para a comunidade. “As notícias que temos aqui não são nada boas. Apareceram novas casas com salinidade e ninguém deu resposta ainda. Todo mundo viu, mas não houve resposta, não tivemos laudo. Tivemos uma reunião na Defesa Civil hoje [ontem]. Vão começar um novo cadastro no Mutange e a gente aqui até agora nada. Estamos aguardando até sexta-feira para tomarmos providências”, aponta. O cadastro mencionado por ele foi divulgado ontem (3) pela Prefeitura de Maceió para moradores do bairro do Mutange. Segundo o executivo municipal, as áreas de encosta do Mutange e Jardim Alagoas serão revisitadas para que moradores com pendências sejam listados, na chamada área rosa claro. A expectativa é de alcançar mais 900 imóveis. “A Prefeitura de Maceió inicia nesta quarta-feira (4) um cadastro complementar dos moradores da encosta do Mutange e do Jardim Alagoas. Serão visitados os imóveis localizados na área rosa claro do Mapa de Setorização de Danos, que não se cadastraram no mês de julho ou deixaram pendências documentais. As equipes de campo da Defesa Civil, Secretaria Municipal de Assistência Social e da Habitação Popular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) irão de casa em casa, percorrendo as comunidades para alcançar mais de 900 unidades habitacionais. Serão atendidos nesta etapa os moradores que ainda não se cadastram ou que se cadastraram, mas precisam fazer complementação cadastral por não terem apresentado toda a documentação exigida”, informa a Prefeitura. INTRIGANTE A situação despertou a atenção também do pesquisador Abel Galindo. Inicialmente ele defendia que o aparecimento de sal poderia ser resultado de reações dos materiais utilizados nas construções. Agora, com a aumento do número de imóveis na mesma situação e o aparecimento de sal também nas ruas da comunidade reforçaram a preocupação e o professor deve iniciar um estudo independente na área. Segundo Abel Galindo, ainda não há prazo para que os estudos sejam divulgados. O líder comunitário Fernando Lima diz que o clima entre os moradores é de preocupação. “O professor Abel Galindo também esteve nas áreas. Ele disse que precisa avaliar o que está acontecendo porque o sal hoje está aparecendo nas ruas, não só nas casas. Estamos nesse patamar, muito preocupados”, reforça.