Cidades

Em dois dias, quatro golfinhos apareceram mortos nas praias de Alagoas

Biota ainda não sabe informar se mortes estão relacionadas ao óleo que surge no litoral do Nordeste desde o início de setembro, mas afirma que nunca houve algo parecido

Por Thayanne Magalhães 30/10/2019 08h53
Em dois dias, quatro golfinhos apareceram mortos nas praias de Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Quatro golfinhos apareceram mortos em praias de Alagoas nos últimos dois dias. De acordo com o Instituto Biota de Conservação, não é possível afirmar que as mortes estão relacionadas ao óleo que surgiu no litoral do Nordeste, porém, “isso nunca aconteceu antes”. Leia também:  “Impacto invisível do óleo é o mais violento” “Ainda não sabemos as causas das mortes. Os animais estão sendo levados para o campus da Ufal [Universidade Federal de Alagoas] em Viçosa onde funciona o curso de Medicina Veterinária e lá será realizada necropsia para tentar identificar o que matou os golfinhos. Não sabemos se foi por cauda do óleo, mas isso nunca aconteceu antes. Tem algo errado no mar”, afirmou o biólogo Bruno Stefanis. Os bichos foram achados nas praias de Cruz das Almas, um na região do Porto,  outro na Praia de Garça Torta e o último na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, Litoral Sul de Alagoas. De acordo com Bruno Stefanis, um dos animais foi achado na segunda-feira (28) ainda com vida, mas não resistiu e morreu depois de ser resgatado. [caption id="attachment_336589" align="aligncenter" width="600"] Um dos golfinhos chegou a ser achado com vida, mas morreu depois de ser resgatado (Foto: Biota)[/caption] Degradação do meio ambiente Desde que as primeiras manchas de óleo surgiram em Alagoas no início de setembro, que os especialistas falam dos riscos do material tóxico para a vida marinha e para a saúde das pessoas que entram em contato direto com o produto. O petróleo cru tem avançado nos rios e já destruiu um estuário de ostras no Rio Manguaba, em Porto de Pedras, região onde está localizado o “santuário” do peixe-boi, que também está sob ameaça de contaminação. No Litoral Sul, em Feliz Deserto e Piaçabuçu, foi registrada uma  grande mortandade de massunins. A areia das praias foram tomadas por conchas dos mariscos, além de outros animais que também apareceram mortos. A chegada do óleo aos manguezais por pôr em risco toda a biodiversidade das regiões litorâneas. São nesses biomas que a maioria dos animais marinhos se reproduzem e buscam alimentos. Ainda não há nenhuma confirmação sobre a origem do óleo e nem previsão de quando a contaminação das praias irá estancar. Em Alagoas já foram retiradas mais de mil toneladas do petróleo junto com areia contaminada, que foram levadas para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), no Pilar, região Metropolitana de Maceió. O material permanecerá isolado para se decompor.

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