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Municípios alagoanos temem que óleo nas praias afete a temporada de verão

Órgãos de proteção ao consumidor discordam na indicação ao consumidor de cancelar ou remarcar viagens para áreas afetadas

Por Imprensa AMA 22/10/2019 18h18
Municípios alagoanos temem que óleo nas praias afete a temporada de verão
Reprodução - Foto: Assessoria
O óleo não identificado, que já polui mais de 2.200 km do litoral brasileiro, provocou uma onda de questionamentos no setor de vida marinha, pesca e indústria do turismo. A CVC, maior rede de agências de viagens com atuação no Brasil, destacou, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não registrou cancelamentos. Até agora, mais de 500 toneladas de resíduos já foram retirados das praias nordestinas com ajuda dos moradores. A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) acompanha o caso para reforçar os trabalhos onde for preciso e monitoramento dos locais por causa da temporada de turismo. Em nota, assinada por 22 Procons, dos nove estados da região, o Fórum do Procons Nordeste faz uma crítica expressa a orientação divulgada pelo Procon-SP, onde informou que o consumidor teria direito a cancelar ou remarcar a viagem que estivesse programada para local atingido. O consumidor precisa se informar se a região do passeio foi atingida, se há informação oficial sobre praias impróprias. “O consumidor que se sentir lesado, tem sempre o direito de reclamar a empresa e ao Procon da sua região. Mas a nossa preocupação é deixar claro que nem todo o consumidor que comprou pacote para o Nordeste terá direito a cancelar sem ônus ou desmarcar. Quem vinha para o Nordeste, por exemplo, ou para uma praia em que o óleo ainda não chegou não pode pleitear o benefício. A verdade é que há poucas praias classificadas como impróprias. E o Nordeste não é só praia”, diz Danyelle Falcão, vice-presidente do Fórum do Procons Nordeste. A Secretaria de Turismo de Alagoas disse que, até o momento, impactos registrados são poucos. “A partir do relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente, constatamos que Alagoas, apesar de estar entre os estados atingidos, permanece com quase 100% de suas praias próprias para banho. No diálogo junto às prefeituras municipais, identificamos que o impacto na atividade turística ocorre, até o presente momento, de maneira mínima”, alegou. Aos municípios, o Governo enviou kits com equipamentos de proteção individual como máscaras, luvas, peneiras e botas a serem distribuídos para os voluntários na limpeza das praias. Em Alagoas, os passeios turísticos são atrativos para quem visita as regiões do litoral Sul e da Costa dos Corais, considerado o Caribe Brasileiro. As praias dos municípios de Paripueira; Barra de Santo Antônio, com a famosa Carro Quebrado; Passo de Camaragibe, com Marcineiro e Morros de Camaragibe; São Miguel dos Milagres e toda região de Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga e Maragogi estão sendo limpas diariamente e a recomendação é que, em caso do surgimento de novas manchas, a população avise imediatamente às prefeituras. “As cidades alagoanas têm muito a oferecer para os turistas, nossa gastronomia, o povo acolhedor e o artesanato, que é exemplo para todo país”, explica o presidente da AMA, Hugo Wanderley. Para a presidente executiva do Costa dos Corais Convention & Visitors Bureau, Ana Maria Carvalho, é importante que exista uma cautela na divulgação e consumo de informações, para que a atividade turística não seja prejudicada com o repasse de notícias falsas. “Existe uma grande preocupação com as fake news que estão sendo espalhadas. Fizemos vários vídeos hoje, em Maragogi, para tranquilizar nosso turista e informar que nossas piscinas naturais seguem com a beleza de sempre e, o mais importante, aptas para banho. Nossa expectativa é que a situação seja normalizada o mais rápido possível”, afirma Ana Maria.