Cidades

Definição da situação do Bom Parto em Maceió depende da Defesa Civil Municipal

CPRM analisou rachaduras, mas ainda não confirma relação com problema geológico

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 25/09/2019 08h39
Definição da situação do Bom Parto em Maceió depende da Defesa Civil Municipal
Reprodução - Foto: Assessoria
Cabe à Defesa Civil Municipal determinar se as rachaduras encontradas no bairro do Bom Parto, em Maceió, estão relacionadas ao processo de subsidência. A informação é do Serviço Geológico do Brasil, que esteve na capital alagoana na semana passada e visitou imóveis com fissuras no bairro. A possibilidade de inclusão do bairro do Bom Parto em situação de calamidade não é descartada. Segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), dependerá da avaliação da Defesa Civil. “Sobre a inclusão do Bom Parto é uma decisão que resultará da integração de dados e do trabalho conjunto com a Defesa Civil. Se as evidências demonstrarem que as feições estão associadas aos processos do Pinheiro, o bairro será incluído no mapa de feições. Mas essa  decisão  será definida pelos critérios técnicos  e pela equipe da Defesa Civil Municipal, que agora possui estrutura e pessoal capacitado. A CPRM atua no apoio técnico”, disse o órgão. As equipes da CPRM visitaram imóveis no bairro do Bom Parto na última quinta (19) e sexta-feira (20). Moradores do bairro vêm relatando o aparecimento de fissuras semelhantes ao processo encontrado no Pinheiro. No entanto, não há confirmação oficial se os processos estão relacionados. De acordo com a CPRM, a Defesa Civil já dispõe de “estrutura e pessoal capacitado” para a identificação. Liderança comunitária do Bom Parto, Fernando Lima, afirma que durante as visitas houve a constatação de que os processos estariam relacionados e que um decreto de inclusão do bairro na situação de calamidade estaria sendo confeccionado. “Foi constatado o que havia sido verificado pela Defesa Civil, que nós estamos com as fissuras aqui. O bairro praticamente a parte de baixo todinha, até à Senador Rui Palmeira que não constava no mapa agora está dentro. Vai ser declarado agora, eu creio que até o fim do mês, estará saindo a situação de calamidade e vai ser incorporado aos demais bairros. Realmente foi identificado que as fissuras são decorrentes de toda essa situação emblemática no Pinheiro. Já têm outras casas na mesma situação que nós estamos agendando a visita. Já ultrapassou o número anterior”, explicou o líder comunitário. No mês passado, a reportagem foi à região do Bom Parto que tem concentrado rachaduras. Segundo os moradores, cerca de 300 imóveis já estariam com algum tipo de fissura. As informações ainda são mantidas em sigilo. Nem CPRM, tampouco Defesa Civil esclareceram se há confirmação da relação ou não. A Defesa Civil Municipal informou que houve uma visita técnica e que o relatório contendo as análises da região está em fase de elaboração. Em seguida, será encaminhado ao CPRM para validação das conclusões. “Para a CPRM, os técnicos da Defesa Civil já fizeram o levantamento necessário. Vão receber o relatório final da Defesa [Civil Municipal], com as modificações solicitadas, para validar as conclusões”, pontuou a Defesa Civil de Maceió por meio de assessoria. CPRM ainda aguarda liberação de recursos para acompanhamento   Além da análise no Bom Parto, a equipe da CPRM, formada por dois geólogos, um cartógrafo e um técnico de geoprocessamento compôs o treinamento da Defesa Civil Municipal. Agora caberá à Defesa Civil local o monitoramento e identificação das feições nas áreas atingidas. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil o apoio será dado de forma remota num dos escritórios da CPRM no Rio de Janeiro. “A CPRM participou no período de 17 a 20 da primeira  Reunião do PAI - Plano de Ações Integradas coordenado pela Defesa Civil Nacional com participação do Cemden, Cenad e Defesa Civil Municipal.  Durante a reunião a equipe da CPRM proferiu palestras de cunho técnico e fez trabalho de campo para capacitar os técnicos municipais na identificação de feições indicativas da instabilidade do terreno. Os pesquisadores que estiveram em Maceió já retornaram. A equipe era formada por dois geólogos de engenharia, um cartografo e um  profissional de geoprocessamento.  Entretanto,  há uma equipe no escritório do Rio de Janeiro mobilizada para apoiar tecnicamente a Defesa Civil”, explicou a CPRM. Ainda de acordo com o Serviço Geológico, o monitoramento interferométrico da região atingida pela subsidência depende da liberação de recursos por parte do Governo Federal. “Estamos aguardando a liberação de recursos para finalizar a contratação  da interferometria e implantação de novos sismógrafos  visando  continuar o monitoramento da região”, destacou.