Cidades

Rachaduras nos imóveis do bairro do Pinheiro continuam aumentando

Moradores da região relatam registros da continuidade da movimentação

Por Texto: Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 27/08/2019 10h33
Rachaduras nos imóveis do bairro do Pinheiro continuam aumentando
Reprodução - Foto: Assessoria
As rachaduras nos imóveis e vias do bairro do Pinheiro continuam evoluindo. Desde o ano passado os moradores fazem registros fotográficos dos locais e em comparação com a situação atual é perceptível a diferença. Segundo eles, a preocupação tem se intensificado tanto pelo aumento das rachaduras quanto pela indefinição e falta de respostas. O morador e representante do Núcleo de Defesa Civil do Jardim Acácia, Márcio da Rocha, explica que os moradores já vêm observando o aumento nas rachaduras. Ele tem feito o registro desde o ano passado e relata a preocupação. O medo, segundo ele, é que o fim do período chuvoso agrave a situação. “Está piorando. Quando parar a chuva que o lençol freático baixar pode ter certeza que pode acabar caindo um prédio. Os moradores estão em péssima situação, alguns querendo voltar. Está muito difícil, fazemos fotos e dá para ver o quanto aumentou”, diz. Joelinton Barbosa tem uma casa nos arredores da Igreja Menino Jesus de Praga, uma das áreas mais afetadas do bairro. A casa dele é um dos casos mais emblemáticos porque tem uma fenda cortando o imóvel e chegando até a rua. Ele é categórico ao afirmar que o processo não está diminuindo, pelo contrário, está piorando. “Você pode ver aqui, no início do ano, quando deu aquela chuva forte em janeiro, que um poste foi engolido pelo buraco, naquele dia não estava assim. A imprensa veio, fez fotos, vocês estiveram aqui e não estava assim. Todos os dias são novas rachaduras, ou as que têm ficam piores. Tá ficando pior. A janela não abre mais. O chão está afundando”, conta o morador. Durante a entrevista, ao pisar no chão, era possível ouvir o revestimento do piso estralando e quebrando. Joelinton afirma que a situação não é exclusiva do imóvel dele. Outras casas também estariam nas mesmas condições. “Prédios que há um ano estavam intactos hoje estão rachados. Prédios que no início do ano não tinham nada quando foram evacuados agora estão cheios de rachaduras. Como pode?”, questiona Barbosa. Outro morador, Sebastião Vasconcelos diz que a indefinição quanto à situação agrava a tensão entre eles. “Não podemos processar, não podemos voltar, também não podemos ficar. O que vamos fazer?”, lamenta. Heliane Ramos saiu do bairro em maio do ano passado. De lá para cá ela afirma que as rachaduras não param de se intensificar. “Nós tivemos que sair da casa desde o mês de maio de 2018. Desde então só têm aumentado”, resume. Devido ao histórico do bairro, os moradores acreditam que ao fim do período chuvoso, a situação pode se complicar ainda mais. “As rachaduras costumam aumentar quando passa a chuva, quando o solo seca, quando tudo seca, sempre foi assim. Nosso medo é que quando o período chuvoso acabe, a tendência continue e a situação fique ainda pior”, relata Joelinton. Na semana passada, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira esteve em Brasília para solicitar o retorno dos técnicos do Serviço Geológico do Brasil à Maceió para dar continuidade aos estudos.