Cidades

Ministério Público vai monitorar CTR do Agreste, em Craíbas

Moradores de povoados localizados nas proximidades da estação denunciam mau cheiro por suposto vazamento de gás metano

Por Davi Salsa com Tribuna Independente 17/08/2019 08h53
Ministério Público vai monitorar CTR do Agreste, em Craíbas
Reprodução - Foto: Assessoria
O promotor de Justiça Lucas Mascarenhas, titular da 12ª Promotoria do Meio Ambiente, em Arapiraca, visitou na sexta-feira (16), a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) do Agreste, sediada no município de Craíbas. O representante do Ministério Público Estadual (MPE) esteve reunido com os gestores do Grupo Alagoas Ambiental, que gerencia o empreendimento, moradores de povoados nos arredores da CTR, além do prefeito Ediel Leite (MDB), o superintendente do Consórcio Público Regional de Resíduos Sólidos do Agreste Alagoano (Conagreste), engenheiro Ivens Leão, e vereadores locais. Famílias que residem nos povoados localizados nos arredores da estação de tratamento, incluindo as comunidades de Cabaceiro, Torrões, Umbuzeiro e Ipojuco, procuraram recentemente a Promotoria de Justiça para relatar mau cheiro e um suposto vazamento de gás metano, devido à decomposição de matéria orgânica na CTR do Agreste . “O problema é mais forte no período da noite e está incomodando muita gente”, relatou a moradora Andréa Oliveira. Durante o encontro, o gerente-executivo do Grupo Alagoas Ambiental, engenheiro Pedro Davi, e o gerente operacional Marnes Gomes disseram que o empreendimento funciona dentro das normas exigidas pelos órgãos ambientais e de segurança. Ele adiantou que o aterro foi inaugurado em dezembro de 2016 e tem área de 81 hectares, localizada entre os municípios de Craíbas e Arapiraca. Gomes disse que a CTR do Agreste atende 29 municípios do interior de Alagoas e vai operacionalizar por 21 anos, recebendo resíduos sólidos, a exemplo de lixos domiciliares, comerciais e da construção civil. O aterro recebe, diariamente, 700 toneladas de resíduos, mas tem capacidade para mais de mil toneladas. “Da área total, utilizamos apenas 25 hectares e estamos aumentando os investimentos e reforçando a segurança. A localização do empreendimento foi discutida em audiência pública e aprovada pelos órgãos ambientais”, explica Marnes Gomes. Em relação ao suposto vazamento de gás metano, o gerente disse que a lagoa de decantação é toda coberta com manta de Polietileno de Alta Densidade (PDA) e tratamento por osmose do chorume. “A decomposição dos compostos orgânicos produz gás e monitoramos diariamente as chaminés e queimadores. Pode haver uma sobra na troca noturna e vamos averiguar se isso está ocorrendo para tranquilizar os moradores”, explicou Marnes Gomes. O prefeito de Craíbas, Ediel Leite, considerou proveitosa a visita, destacando a importância da CTR do Agreste para a destinação e tratamento de resíduos de municípios de toda a região. “O poder público vai estar sempre do lado do que for melhor para a população”, frisou. Ao final da visita, o promotor Lucas Mascarenhas disse que o Ministério Público Estadual vai continuar acompanhando de perto as novas medidas que serão adotas na estação de tratamento. “Dentro de, no máximo, três meses deveremos solicitar uma audiência pública para ouvirmos novamente os moradores, poder público, vereadores e gestores da empresa”, salientou.