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Prefeitura cancela obra da Via Lagunar

Por ser de grande porte, projeto poderia prejudicar ainda mais Pinheiro, Bebedouro e Mutange, afetados por afundamentos

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 06/07/2019 11h16
Prefeitura cancela obra da Via Lagunar
Reprodução - Foto: Assessoria
A instabilidade de solo nos bairros de Bebedouro, Mutange e Pinheiro motivou a Prefeitura de Maceió a cancelar o projeto da Via Lagunar. A intenção da via era desafogar o trânsito da região e dar alternativa ao fluxo de veículos na região de Bebedouro, no entanto, o projeto não será executado. O projeto previa a construção da via nas imediações do Canal da Levada até ao bairro do Pinheiro. A via fazia parte do programa requalificação da Orla Lagunar da capital. O trecho projetado denomina-se Via Lagunar, inicia-se a altura do Canal da Levada, e se estende ao bairro do Pinheiro, sendo o a sua concordância próxima ao Colégio Estadual Nossa Senhora do Bom Conselho, na Av. Major Cícero de Góes Monteiro. A necessidade de projetar uma nova via na Cidade de Maceió é devido ao alto volume de veículos, que circula pelas avenidas Major Cícero de Góes Monteiro e General Hermes indo em direção ao centro da cidade no período matinal e retornando no final do dia, gerando demorados congestionamentos nos períodos de pico, período da manhã e período da tarde. De acordo com o representante da gestão do projeto, Gustavo Novaes, não há no momento possibilidade de execução da obra. “Esse projeto na verdade foi interrompido por inteiro, com toda essa problemática dificilmente ele vai ser dado sequência porque toda aquela região ali ficou fragilizada. Esse projeto foi abortado, não tem como ser executado. Só se aprofundarem os estudos e houve uma garantia na verdade de segurança em relação aquela área. Área que está com preocupação de afundamento continha inclusive um trecho sobre o mangue, estruturas em fluxo d’água e aterro. O Projeto “A Via Lagunar foi concebida em duas etapas, sendo a primeira com extensão aproximada de 1.700m, construída sob aterro, com uma faixa de rolamento por sentido, e na segunda etapa será implantada mais uma faixa de rolamento por sentido no trecho acima e será ampliada a extensão total da via com a implantação de duas faixas por sentido em continuação à primeira etapa, adicionando mais de 290m de extensão sob aterro e 1.425,00m sob estrutura. O trecho concebido com solução em estrutura são aqueles a serem implantados sobre mangue e têm por objetivo permitir o fluxo de água em ambos os lados da estrutura, mantendo desta forma as condições atuais do mangue, não interferindo no seu desenvolvimento e na hidrodinâmica da laguna”, diz a análise de impactos ambientas apresentada pela Prefeitura de Maceió em 2017. Segundo Novaes, o risco de afundamento poderia ser ampliado, com uma obra desta magnitude. “Não pode haver investimento lá, essa via iria trazer mais peso para uma região com instabilidade e risco de afundamento, então poderia agravar ainda mais. Em razão da problemática o projeto foi abortado, não tem como ocorrer em curto ou médio prazo”, ressalta Novaes. A Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) explicou que a via teria custo aproximado de R$ 90 milhões.