Cidades

Alagoas registra um óbito por picada de escorpião este ano

Houve queda no número de ataques do animal peçonhento, com 1.583 casos contra 1.828 no mesmo período de 2018

Por Lucas França com Tribuna Independente 05/07/2019 08h47
Alagoas registra um óbito por picada de escorpião este ano
Reprodução - Foto: Assessoria
O número de ataques de escorpião caiu em Alagoas este ano comparado ao mesmo período do ano passado, mas há o registro de uma morte por ataque do animal peçonhento. Em 2018, não houve óbito, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). De acordo com dados da Sesau, de janeiro a junho foram 1.583 acidentes envolvendo escorpião. No mesmo período do ano passado foram 1.828. Durante todo o ano de 2018 as notificações chegaram a 9.619 casos contra 9.201 casos em 2017. ATAQUES Os animais considerados peçonhentos de mais importância no estado são os escorpiões, as serpentes, as abelhas, as aranhas e lagartas. Estes dois últimos com menor índice de acidentes notificados. O aumento no número de casos de acidentes com animais peçonhentos acontece com a chegada do verão. Este aumento está diretamente relacionado aos hábitos dos animais e das pessoas, que neste período acabam se expondo mais aos riscos. Como os animais peçonhentos ficam mais entocados nas outras estações, com o aumento da temperatura no verão, o calor acelera o metabolismo destes animais e eles saem mais a procura de alimentos tornando assim os acidentes mais comuns nesta época segundo os especialistas. O médico veterinário Isaac Albuquerque, diretor da SOS Selvagens, especialista em animais selvagens e perito em animais peçonhentos, diz que durante todo o ano há registro de ataques deste tipo de animais. Mas são considerados peçonhentos todos os animais que possuem órgão inoculador. Ou seja, aqueles que têm uma estrutura que ‘injeta’ o veneno. Os escorpiões especificamente, se alimentam de baratas e outros insetos e circulam em qualquer lugar que as encontremos, seja zona rural ou na cidade”. Ainda de acordo com Isaac, a maior ocorrência no Estado é de ataque de escorpião amarelo, da espécie Tityus Stigmurus. “Por aqui, o escorpião marrom (Tityus bahiensis) é menos comum. E é um dos mais perigoso”. Apesar de acontecerem ataques o ano inteiro, o especialista esclarece que no verão sempre tem mais incidência. “Com as chuvas, as baratas somem dos bueiros e esgotos pelo excessivo no volume de águas e com isso os escorpiões têm mais dificuldade de se alimentar e os acidentes diminuem”. URGÊNCIA O especialista orienta que após a picada a vítima deve ser encaminhada o mais rápido possível para um hospital de referência, no caso de Maceió é o HDT. “Jamais deve colocar nada na lesão, não sugar o veneno, acalmar a vítima e encaminhar para atendimento especializado”. Foi o caso do assistente social, Petrúcio Silva que colocou gelo na lesão antes de seguir para atendimento. “Fez 30 dias que fui picado, como foi um amarelo, senti apenas um dor local, de início coloquei gelo, que por sinal é errado, até chegar ao hospital. Lá fui medicado com anestesia local e posterior com outro medicamento que não recordo o nome agora. O ataque foi na área urbana, especificamente na garagem do prédio, dias antes houve uma dedetização e mesmo assim aconteceu o acidente”, relata. A filha da dona de casa, Rosa Santos, que também foi vítima do animal na capital alagoana não colocou nada no local da picada. “Assim que aconteceu o acidente já levei minha filha rapidamente para uma unidade de saúde. Lá ela foi medicada”. Isaac explica que a reação vai variar de pessoa para pessoa.