Cidades

Plataforma dos Centros Urbanos discute prevenção de homicídios de adolescentes

Representantes de diversas instituições, como OAB, Ministério Público, Assembleia Legislativa, entidades civis e de órgãos do Município participaram do encontro

Por Secom Maceió 01/07/2019 17h26
Plataforma dos Centros Urbanos discute prevenção de homicídios de adolescentes
Reprodução - Foto: Assessoria
Em 2017, o Brasil registrou 65.602 homicídios, um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior. O que mais chama atenção é que desse número mais da metade vitimou pessoas entre 15 e 29 anos, o que leva o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) a falarem em uma “juventude perdida por mortes precoces”. Nesta segunda-feira (1º), a Prefeitura de Maceió, em parceria com a Plataforma dos Centros Urbanos (PCU) e equipe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), realizou uma reunião para discutir ações de prevenção de homicídios de adolescentes. Representantes de diversas instituições, como OAB, Ministério Público, Assembleia Legislativa, entidades civis e de órgãos do Município participaram do encontro. Segundo Karla Silveira, da equipe de articulação da PCU, o Município já busca estratégias para a prevenção desse tipo de homicídio. “Temos uma rede articulada, muito boa, entre a Saúde, Assistência e Educação, que são as três secretarias mais envolvidas neste trabalho, mas é preciso ter apoio em conjunto com outros órgãos, como a Segurança Pública. Se faz necessário essa conjunção para que possamos ter bons resultados”, disse. A deputada estadual Jô Pereira lembrou que o homicídio de adolescentes é a principal causa de morte de jovens, principalmente, os negros da periferia. “Existem estudos baseados em evidências, feitos no Ceará, que identifica as causas. A ideia é que, identificada as causas, possamos prevenir. É aí onde está a grande importância dessa discussão, da formação desse grupo de trabalho, porque é possível e é necessário trabalhar as políticas de prevenção, de acolhimento desse jovem, de retirada desse jovem das situações de vulnerabilidade. O grupo vai propor o que deve ser feito pelo Executivo Municipal e Estadual, também ao Ministério Público, a Defensoria Pública e ao Judiciário, pois é a integração das ações desses poderes que vai garantir o sucesso das políticas públicas de prevenção do homicídio de jovens”, detalhou a parlamentar. “Infelizmente, o Atlas da Violência mostra que Maceió teve um aumento significativo de mortes de adolescentes. Essa é a segunda reunião sobre o tema. Ela faz parte dos eixos prioritários da PCU em que Maceió é uma das dez capitais com um memorando de entendimento com o Unicef desde 2013, renovado em 2017, para trabalhar os quatro eixos da Plataforma”, explicou Juliana Vergetti, articuladora da Plataforma dos Centros Urbanos em Maceió. A PCU A iniciativa do Unicef, organismo da ONU, é desenvolvida desde 2008 nas capitais brasileiras. A 3ª edição está presente em dez capitais: Belém, Fortaleza, Maceió, Manaus, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória. Vivem nessas cidades quase nove milhões de meninos e meninas de até 19 anos. A implementação da Plataforma é realizada em cooperação com os governos municipal e estadual. “A PCU está em Maceió desde 2013. Estamos trabalhando quatro eixos: enfrentamento da exclusão escolar, debate sobre direitos sexuais e direitos reprodutivos, promoção dos direitos da primeira infância e a prevenção de homicídios adolescentes. Dentro desses eixos são realizados três diálogos temáticos e cada diálogo culmina em um plano intersetorial”, acrescentou Juliana Vergetti.