Cidades

Barulho de sonda causa transtornos a moradores

Integrantes do SOS Pinheiro denunciam que equipamento fica ligado 24 horas e ruído gera pânico e tira o sono da população

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 26/06/2019 08h41
Barulho de sonda causa transtornos a moradores
Reprodução - Foto: Assessoria
Desde que sondas foram instaladas no Pinheiro, em Maceió, para a realização do estudo de sonar, que investiga as causas das rachaduras e fissuras no bairro e adjacências, moradores da região se sentem incomodados com o barulho emitido pelo equipamento. A denúncia que chegou ao jornal Tribuna Independente por meio de vídeos, registraram sons, que a vizinhança afirma perder o sono, inclusive com excessivos estrondos que têm gerado pânico nas famílias. Rinaldo Januário, integrante do Movimento SOS Pinheiro, e um dos moradores prejudicados com a catástrofe, frisou que moradores estão sem entender o motivo de tanto barulho. “Tira o sono das pessoas e traz pânico essa barulheira”, reclamou. Fernanda Valéria, também moradora do bairro, e integrante do Movimento SOS Pinheiro, criticou a atuação do trabalho na sonda que tem deixado pessoas sem dormir. “Com o que já fizeram no bairro a gente está sem sono, imagine agora trabalhando com todo o barulho. Acredito que diante de tanta tecnologia existente, podem adaptar o serviço de forma que não prejudique o sono dos moradores”, apontou. De acordo com Fernanda, muita gente está reclamando e questionando se realmente a Braskem esteja parada. “Vimos que a Agência Nacional de Mineração comprovou que o trabalho está acontecendo. Então cremos que seja verdade, mas é assustador a quantidade de equipamentos e do sistema de segurança. Não entendemos!”, frisou. “Nós estamos vendo tudo, e questionando a omissão da Braskem, enquanto estava sugando durante 44 anos da riqueza debaixo dos nossos pés estava tudo bem, mas agora que foi descoberto o prejuízo o passivo ambiental e social está em aberto e a empresa querendo retirar o corpo de banda”, criticou. Moradora questiona situação das minas   Fernanda relembrou que a Braskem deve dar conta de todas as minas de extração de sal-gema, porque segundo ela, já bastam os prejuízos ocorridos na vida das pessoas afetadas. “Elas precisam dormir. Entendemos que a empresa precisa ser ágil, mas queremos saber como as minas que continuam lá serão preenchidas para não chegar a alcançar outros bairros”, salientou. “É muito claro que as rachaduras têm se ampliado”, avisou. [caption id="attachment_309532" align="alignright" width="300"] Jailton Silva e Seu Rocha destacam que barulho é insuportável (Foto: Adailson Calheiros)[/caption] Segundo seu Rocha, que reside bem ao lado de um dos poços desativados da Braskem, os moradores seguem na dúvida sem saber se continuam ou saem de suas casas, e ainda ter que conviver com a barulheira, que ele afirma ser insuportável. “A gente não se acostuma com o barulho e nem tão pouco com essa situação. O assunto é só esse nas rodas de conversa”, observou. Jailton Silva também morador da região, disse que dormir à noite ninguém consegue. “Era só deitar porque dormir... Toda noite é zoada, 24 horas por dia, quando levantava e olhava para o relógio 2h, 3h da manhã e nada de dormir, minha esposa também vivia assustada com os baques, fora as explosões que a gente acha que acabou com tudo”, mencionou. “Eu não entendo, mas acho que coisa boa essa empresa não está fazendo pelo menos para a gente, porque sabemos que ela visa só o lucro. Os barulhos diminuíram por enquanto”, disse. NOTA A Braskem se posicionou informando, por meio de nota ao jornal Tribuna Independente, que segue investindo e trabalhando para concluir o mais rápido possível os estudos de sonar em todos os seus poços. Ressaltando que os estudos são considerados importantes para o melhor entendimento dos problemas registrados no bairro do Pinheiro e região. Finalizou dizendo que todo o trabalho é realizado de acordo com normas técnicas internacionais, autorizado e fiscalizado pelos órgãos competentes.