Cidades

Corpo de Bombeiros alerta sobre cuidados com fogueiras

Carro pegou fogo após condutor estacionar ao lado de fogueira em Palmeira dos Índios

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 25/06/2019 08h34
Corpo de Bombeiros alerta sobre cuidados com fogueiras
Reprodução - Foto: Assessoria
Acender fogueira no mês de junho já é típico dos festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro no Nordeste, mas o cuidado nunca é demais quando se trata dos danos físicos e materiais que podem resultar com a tradição. No último domingo (23), um incêndio provocado por brasas de uma fogueira, deixou um veículo destruído em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas. O proprietário do carro, que não teve a identidade revelada, estacionou o Ford Focus, de cor branca, de placa não anotada, na Praça Humberto Mendes, localizada na Rua Esperidião Sampaio, e segundo testemunhas, não teria percebido a existência de brasas da fogueira no local. Para evitar prejuízos, o major Valdomiro Cavalcante do Corpo de Bombeiros de Alagoas, listou uma série de orientações, frisando que fogo e carro não combinam de jeito nenhum. “Acender as chamas no período junino é comum, mas tem que ter bastante cuidado”, ressaltou. De acordo com o oficial, a distância de segurança padrão recomendada pelo Código de Urbanismo é de 20 metros de uma fogueira para uma residência, palhoção e rede elétrica. “Da mesma forma deve-se levar em conta a distância da montagem de uma fogueira. E ter sempre alguém fiscalizando ela, principalmente porque a tradição é deixar a mesma apagar por si mesma, quando o correto é apagá-la ao final da brincadeira, quando não há mais a fiscalização. Há um risco muito grande de uma criança se acidentar ou idoso, alguém despercebido, ou como foi o caso estacionar próximo, como também em cima da brasa”, explicou. Ainda conforme o major Cavalcante, as brasas são suficientes para iniciar um incêndio pela borracha dos pneus, ainda que não tenham chamas, gerando uma temperatura significativa. “Guarnições dos bombeiros estiveram no local do incêndio envolvendo o carro em Palmeira dos Índios, porém ao chegarem lá o veículo já estava completamente tomado pelas chama. Por isso não conseguiram dar a certeza se o rapaz tinha estacionado muito próximo ou em cima da fogueira”, destacou. TESTEMUNHAS O major salientou que testemunhas não quiseram falar como aconteceu, mas pela cena encontrada pelos bombeiros, possivelmente o que se entendeu foi que com a proximidade do veículo com a fogueira gerou riscos, não somente no sentido de dano à pintura e equipamentos, mas também ao extremo de ocorrer o incêndio com a perda total do veículo. “Se a fogueira estava na frente do veículo, é justamente nessa parte onde ficam os cabeamentos que levam combustível para o motor, e esses dutos são de plástico, que com uma temperatura mais elevada pode chegar a essa situação de danificar as borrachas, tem o vazamento de combustível e realmente não se pode controlar o fogo”, mencionou major Cavalcante. Combinação perigosa: “objetos potencializam poder dos fogos”   O oficial militar observa que não é recomendado associar fogos de artifício a outros objetos. “Lata, tijolo, cano, nem pensar. Principalmente quando são as crianças que se arriscam na travessura. Isso só potencializa o poder dos fogos. Já aconteceu da criança colocar o artifício dentro da lata, demorar em estourar e ela ao mexer, a lata explodir e ser arremessada no rosto, o que provocou cortes profundos”. “Outra prática é jogar os fogos dentro da fogueira, podendo acontecer do estouro arremessar brasas em pessoas que estão próximas ou em cima de um carro”, acrescentou. Por fim, o major reforçou que a fogueira nunca deve ser acesa com combustível líquido, como álcool e gasolina. Eles devem ser evitados de forma completa, já que o recipiente pode vir a pegar fogo como também se derramar o combustível e demorar um pouco, cerca de 20 ou 30 segundos, é tempo suficiente para o líquido evaporar e formar uma nuvem de gás, que quando for acessa parecer uma explosão de gás de cozinha. É recomendado álcool em gel. Ailton Júnior, diretor do Sindicato dos Corretores de Seguro de Alagoas (Sincor/AL), garante que o seguro cobre este tipo de sinistro. Já que, segundo ele, tratou-se de um acidente não provocado. O seguro paga a perda total 100% com base na tabela Fipe do mês do acidente. Mas lembrou, que se o condutor não possui seguro veicular ficará com o prejuízo que poderia ser evitado.