Cidades

“Rachaduras aumentam de forma significativa”

Segundo Movimento SOS Pinheiro, foram constatados cerca de 54 casos graves em residências e umas ainda com moradores

Por Texto: Lucas França com Tribuna Independente 22/06/2019 08h59
“Rachaduras aumentam de forma significativa”
Reprodução - Foto: Assessoria
Moradores do Pinheiro afirmam que as rachaduras em residências e ruas do bairro estão aumentando significativamente. De acordo com Geraldo Vasconcelos, do Movimento SOS Pinheiro, em um levantamento feito em dois dias pelos moradores, foi constatado cerca 54 casos graves. “Fizemos um levantamento em nossos grupos, em apenas dois dias levantamos 54 casos graves de rachaduras sem que as famílias tenham recebido sequer o Aluguel Social. A Defesa Civil precisa de um cadáver para conceder os aluguéis dessa gente?’’, questiona o representante do movimento. Além de conviver com o medo e com a incerteza do que de fato vai acontecer com o bairro, Geraldo disse que as ações estão bem a desejar. “No caso dos blocos 7, 8, 9 e 15 do Conjunto Jardim das Acácias, que ainda estão colocando os tapumes, depois da piada que fizeram com as fitas. Não sabemos ainda que tipo de tapume irão colocar, mas entendemos que não estão tendo a mínima preocupação com o aspecto de favelização que estão proporcionando ao urbanismo do bairro”, reclama Geraldo Vasconcelos acrescentando que quem fica no bairro tem suas vidas ainda mais afetadas em questões de saúde, segurança etc. Segundo ele, o Movimento SOS Pinheiro irá tomar as medidas cabíveis junto ao Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE). “Imagine esses prédios isolados por tapumes sem a visão interna, o quanto de problemas de segurança serão agravados”. Vasconcelos também comenta que a Braskem não é bem vista pelos moradores do bairro. “A Braskem é persona non grata em nosso bairro. O Movimento SOS Pinheiro já solicitou as Procuradoras Federais que revejam o acordo de cooperação técnica que fizeram com a Braskem. A empresa precisa urgentemente focar em estancar os problemas dos poços, preencher esses poços se for o caso, para que o problema da subsidência seja definitivamente sanado, e indenizar aos moradores todos os danos causados em suas vidas e em seus patrimônios’’. Prefeitura de Maceió aguarda retorno do Governo Federal A Defesa Civil Municipal confirma que exista o aumento de rachaduras em residências do Pinheiro e alerta para que os moradores que estejam observando essas situações entre em contato com o órgão para o imóvel ser vistoriado. “Nossas equipes estão em constante monitoramento nos três bairros. Inclusive, os engenheiros estão fazendo uma revistoria nas casas que têm rachaduras principalmente nas áreas de risco. Como o solo está em movimento, e ainda não existem medidas para conter é possível que as rachaduras aumentem’’, informa o órgão. Em relação ao Jardim Acácia, a assessoria de comunicação do órgão explica que o isolamento com alambrado está sendo feito por uma questão de segurança pública. “São cinco blocos que fecham o perímetro para garantir a integridade das pessoas que passam no local”. Já sobre os moradores que devem sair das suas residências, a informação passada foi que a solicitação de verbas para a ajuda humanitária já foi solicitada ao Governo Federal, e que no momento estão aguardando um retorno. “Todas as pessoas que precisaram sair de suas residências nas áreas de risco do primeiro Mapa de Feições já estão recebendo o aluguel social. De fato existe situação que o morador deve desocupar sua casa, mas por enquanto, aguardamos o retorno da ajuda do Governo Federal, que já foi solicitado”. A Defesa Civil disse também que recomenda a evacuação de alguns moradores, porém muitos insistem em ficar no local. “Em situações extremas é judicializados a desapropriação’’.