Cidades

Acadêmicos de medicina visitam sede do Iteral e conhecem suas ações

Estudantes conheceram as principais ações desenvolvidas em prol da agricultura familiar e valorização dos povos tradicionais

Por Helciane Angélica com Ascom Iteral 30/05/2019 16h55
Acadêmicos de medicina visitam sede do Iteral e conhecem suas ações
Reprodução - Foto: Assessoria
Acadêmicos do Programa de Extensão "Cidadania, Equidade e Saúde" (CEUS) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) visitaram a sede do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), com o intuito de conhecer a infraestrutura do Órgão, equipe de trabalho e as principais ações desenvolvidas em prol da agricultura familiar e valorização dos povos tradicionais. Na visita, o grupo composto por 20 graduandos do primeiro ano do curso de Medicina participou de uma roda de conversa com Severino Araújo – gerente de Política Agrária e Fundiária – sobre a reforma agrária e o Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF); e também com Leone Silva, assessora técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas. Severino Araújo explicou em sua palestra que o PNCF é uma política pública complementar ao Plano Nacional de Reforma Agrária, sendo um instrumento de democratização ao acesso à terra, combate à pobreza rural e consolidação da agricultura familiar. Criado em 2003, atualmente é coordenado pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e possui três linhas de crédito para atender os diferentes públicos da agricultura familiar: PNCF Social, PNCF Mais e PNCF Empreendedor. Em Alagoas, são 3.481 famílias beneficiadas, que recebem o acompanhamento do Governo de Alagoas por meio do Iteral. “Essas famílias estão distribuídas em 48 municípios e estão com 39.643 hectares, são 164 associações e 143 contratos individuais; além disso, apenas 1.061 famílias faltam quitar suas parcelas. O PNCF é uma política genuinamente brasileira e já foi replicado em 17 países africanos”, citou. “Essas atividades de formação são essenciais para tirar aquela ideia que os agricultores familiares são invasores e desocupados. Os estudantes também passam a ter um olhar diferenciado quando conhecem o Programa, e no caso dos povos tradicionais queremos que eles entrem nestas comunidades com menos preconceitos”, destacou Leone Silva. Outro ponto importante de discussão foi o uso de agrotóxicos, que causam problemáticas à população brasileira há várias décadas. Os riscos à saúde são identificados pelo contato direto com os produtos, assim como, por meio do consumo dos alimentos, como por exemplo: reações alérgicas, doenças respiratórias, envenenamento, aumento de câncer, etc. “As pessoas pensam que apenas o agricultor será prejudicado com o uso de pesticidas, mas na verdade atinge o campo e a cidade, porque o veneno pode estar nos alimentos, solo e na água. A produção agrícola tá melhorando e crescendo, e o uso do veneno é desordenado. É bom para a economia, mas a nossa saúde encontra-se debilitada, as pessoas usam, e nem sabem o mal que fazem. E para mim, o que importa é comer bem, não massacrar o trabalhador do campo e garantir o futuro da próximas gerações”, avaliou a acadêmica de 19 anos, Ana Kariny F. de Carvalho. O Programa de Extensão "Cidadania, Equidade e Saúde" (CEUS) é subdividido em quatro projetos: 1. Educação ambiental e saúde; 2. Direitos Humanos; 3. Capoeira; 4. Saúde, alteridade e liberdade. “A extensão é um laboratório vivo! Graças aos parceiros estamos desenvolvendo esse projeto de imenso potencial, que encontra-se no primeiro ano e antes ficava restrito às escolas em torno da Uncisal” citou Sandra Bomfim, coordenadora do programa de extensão. A proposta do Ceus é que os estudantes da área de medicina possam ir a campo em comunidades tradicionais instaladas em Alagoas para pesquisa e criação de planos para essas populações, além de ajudar no currículo e na formação social dos futuros médicos.