Cidades

Em assembleia lotada, professores, técnicos e estudantes se unem em defesa da Ufal

Com gritos de “A Ufal resiste”, plenária repudiou cortes de recursos das universidades federais

Por Emanuelle Vanderlei com Tribuna Hoje 09/05/2019 20h12
Em assembleia lotada, professores, técnicos e estudantes se unem em defesa da Ufal
Reprodução - Foto: Assessoria
Com o pátio da reitoria lotado, professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realizaram uma assembleia unificada na tarde desta quinta-feira (9). Na pauta, a luta contra os cortes de recursos anunciados pelo governo Bolsonaro que, segundo a gestão, colocam em risco o funcionamento da universidade. Marcada para acontecer no auditório da reitoria, a assembleia foi transferida para o pátio porque o local não comportou o volume de pessoas que compareceu. No final da tarde, a multidão saiu em caminhada simbólica por toda a extensão da Universidade, da reitoria ao Restaurante Universitário. https://www.youtube.com/watch?v=eObfmjl4OCg&feature=youtu.be “Educação não é mercadoria!” Com discurso acalorados e palavras de ordem em defesa da universidade pública, a plenária deliberou pela adesão à greve nacional da educação, no dia 15 de maio, junto com trabalhadores da básica e do Instituto Federal de Educação. A mobilização da próxima quarta-feira (15) acontece às 7h, no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa). Jailton Lira, presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), explica os encaminhamentos do movimento. “Estabelecer estratégias de confrontação das políticas neoliberais, à política de cerceamento à política de cátedra docente representada pelo projeto da escola sem partido, e que nós possamos sobretudo fazer com que a sociedade compreenda que o papel da universidade pública”. Ressaltando o papel social da universidade, Jailton aprofunda detalhes da campanha. “Precisamos traduzir pra a sociedade que universidade não é luxo, universidade é uma instituição importante para a construção da ciência, para os serviços sociais e para atender a população, inclusive a mais carente. Os cortes do governo Bolsonaro representam sobretudo não a finalização da universidade pública, mas a penalização da população que precisa da produção da ciência, dos conhecimento científico e dos serviços sociais” Sobre a possibilidade de parar a universidade por um prazo maior, o presidente da Adufal descarta. “A greve nacional é um dia apenas, neste momento não está no nosso horizonte falar em greve por tempo indeterminado”. O representante do Sindicato dos Técnicos da Ufal, Moysés Ferreira, ressalta o momento político da categoria. “Parou para refletir quais as alternativas e instrumentos para poder reverter esse quadro de ataque e de desmantelamento da universidade pública gratuita. Realizamos essa assembleia com mais de mil pessoas, com técnicos, professores e alunos, unidos, de mãos dadas para defender o ensino superior público e de qualidade no nosso estado”. O Diretório Central dos Estudantes fez coro com os trabalhadores. Na avaliação da coordenadora Lysanne Ferro, “Essa é uma assembleia histórica para o movimento estudantil da Ufal. Os estudantes colocam aqui suas angústias, que esse governo com esse corte impede o sonho do estudante permanecer dentro da Ufal”. “A universidade precisa garantir a entrada a permanência e a saída para o mercado de trabalho. Essas cortes não serão aceitos pelo corpo estudantil. Bolsonaro se coloca inimigo da educação, de cada estudante que ocupa essa vaga, ou que sonha ainda ocupar”, finalizou Lysanne.