Cooperativas

Artesãos se reúnem e montam loja colaborativa

Espaço temporário e itinerante conta com a participação de 10 artistas locais em shopping da capital alagoana

Por Texto: Lucas França com Tribuna Independente 19/04/2019 09h26
Artesãos se reúnem e montam loja colaborativa
Reprodução - Foto: Assessoria
Você já ouviu falar em loja colaborativa ou sabe o que significa? Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), é um modelo de negócio fundamentado nos princípios da economia colaborativa que, por sua vez, nada mais é que o compartilhamento e a troca de serviços e objetos entre empresas. Foi pensando nesses princípios que um grupo de 10 artesãos se reuniu e montou o Espaço Colaborativo Temporário e Itinerante em uma loja no Parque Shopping onde comercializam suas peças. A loja colaborativa funciona como um espaço físico coletivo, onde os empresários de pequenos negócios comercializam diretamente os seus produtos e serviços com as vantagens de uma loja física, sem terem que investir recursos em um ponto comercial próprio. Pela sua simplicidade e praticidade, o mercado colaborativo exige menos gastos. Geralmente, esses espaços colaborativos comercializam produtos de diferentes segmentos, como roupas, presentes, artesanatos, acessórios de decoração, utilidades domésticas, entre outros. E, ainda, de diferentes pessoas em um mesmo local, com custos que podem variar de acordo com o tamanho do espaço utilizado pelos produtos. E é dessa forma que o espaço dos artesãos está funcionando. Segundo a artesã Robervilda Davino que há 50 anos trabalha com o artesanato, principalmente tricô e crochê, a ideia do espaço colaborativo surgiu quando alguns artesãos se conheceram em uma feira. E aí, conversa vai, conversa vem, eles resolveram montar o negócio. “Estamos trabalhando nesse projeto há mais ou menos dois anos. Aqui no shopping - em loja física estamos já há quase quatro meses. Antes montávamos estandes em vários locais”, explica. Ainda segundo a artesã, com o espaço as vendas melhoraram e o trabalho está mais exposto aos diversos públicos. “Aqui chama mais atenção. A divulgação é bem maior e as vendas mais favoráveis. Antes vendia apenas em casa aos clientes que conquistei”. Comodidade e segurança atraem clientes para as compras Robervilda diz que o espaço deu maior visibilidade para os produtos oferecidos que por sinal são vários. Lá os turistas e alagoanos podem encontrar pulseiras de couro, peças em filé, tricô, bordado, crochê, escultura em pedras semipreciosas (como a dolimita branca), mosaicos, renda, palhas etc. Mas, além disso, a comodidade e a segurança do local chama atenção para os clientes tanto os alagoanos como os turistas. “O espaço é maravilhoso, principalmente por ser dentro de um shopping. Aqui tem comodidade e segurança. Muitas vezes não tenho tempo de me deslocar até a praia ou uma feirinha de artesanato por exemplo. E como gosto muito de artesanato, de peças feitas a mão, procuro sempre valorizar e usar. E encontrar esses produtos em um ambiente que tenho mais facilidade em estar é muito bom”, conta a auditora fiscal Daniela Amaral de Castro. O espaço conta com uma exposição dinâmica, que reúne produções de diferentes tipologias do artesanato alagoano. E funciona como um sistema de rodizio – a cada dia um artesão está no local comercializando os produtos que são feitos em casa ou em seus ateliês. LOCAL A artesã Eneida Sá comenta ainda que o espaço colaborativo tem uma vantagem extra. “A gente mesmo produz e comercializa o produto para não haver a necessidade de termos mais gastos com uma pessoa atendendo/vendendo’’. Além disso, Sá ressalta a vantagem da comercialização direta com o cliente. “Explicamos técnicas usadas na confecção, falamos do material utilizado. Muitas peças têm bordados de Filé, bordados de Singeleza - aproveitamos e damos uma explicação do artesanato local. Uma aula de alagoanidade”. Eneida explica que o dinheiro da venda de um produto vai direto para o artesão que o fez, mas uma taxa é da loja para ajudar nos custos do local. A equipe tem parceria com o shopping, mas é necessário pagar uma taxa de aluguel. O espaço é itinerante e a administração aluga para vários segmentos por determinado período para que não fique muito tempo fechado. As peças expostas são de artesãos como Robervilda Davino, Eneida Sá, José Feitosa, Robert, Marta Ribeiro, Betânia Albuquerque, Leila Costa, Dorotéia, Cooperativa Mulheres de Fibra, Eva Moraes e Vega Leão e do ateliê Art Cetera.