Cidades

Sima: servidora denuncia agressão no trabalho

Vítima afirma ter sido socada três vezes no rosto e ameaçada de morte por colega

Por Lucas França com Tribuna Independente 08/03/2019 08h33
Sima: servidora denuncia agressão no trabalho
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma servidora pública da Superintendência Municipal de Iluminação Pública de Maceió (Sima) denuncia colega de trabalho por agressões físicas e verbais dentro do ambiente de trabalho. A agente administrativa Maria Eugênia Gomes Arena, de 41 anos, relata que foi socada três vezes e ainda teria sido ameaçada de morte. Ainda de acordo com a vítima, o agressor seria o também servidor público e colega de trabalho José Macedo dos Santos, que trabalha como chefe do setor de ponto eletrônico. “A agressão aconteceu na última quinta-feira [28]. E aconteceu após ele contestar um atestado médico de outra colega de trabalho. Ela levou o atestado para a Sima, e ele disse que não teria validade para abonar a falta, porque no atestado tinha consulta. Aí, falamos que era válido. Procuramos informações com a Secretaria Municipal de Gestão, que confirma a validade do atestado, procuramos o Recursos Humanos da Sima. No entanto, ele não gostou de ter sido contestado, e já chegou me agredindo verbalmente, no pátio da secretaria. Eu estava com essa colega, ele chegou me chamando de vagabunda, vadia, safada e outros nomes. Eu pedi para ele me respeitar e ele continuou dizendo vagabunda você e sua mãe e partiu para cima me socando no rosto. Aí um outro servidor segurou ele, mas conseguiu se soltar e foi para a copa e pegou uma faca para me matar. Eu corri para ligar para a polícia e ele fingiu ter passado mal. Uma servidora tirou ele no carro da empresa para levar ao hospital para ele não ser pego em flagrante”, relata a vítima dizendo que o agressor estava descontrolado e precisou de três homens para  contê-lo. Eugênia relata ainda que conseguiu fazer o Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes ainda na quinta-feira, no entanto não conseguiu registrar na Delegacia da Mulher. “Estava de regime de plantão do Carnaval e, por isso, não fui atendida. Na sexta-feira [1º] também não consegui. Hoje [ontem, 7], minha advogada foi tentar conseguir o registro do B.O., mas pela manhã não conseguiu. Agora a tarde ela iria de novo, mas não tive resposta ainda”, conta. OAB: Comissão da Mulher irá cobrar celeridade do caso     De acordo com a advogada Anne Caroline Fidelis, presidente da Comissão Especial da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), a comissão irá cobrar celeridade no caso. “A advogada e as partes nos pediram apoio. Nós recepcionamos a demanda e vamos dar apoio no sentido de cobrar a celeridade que o caso pede”. Na quinta-feira, a servidora pública após sair da Central de Flagrantes, foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), onde se submeteu ao exame de corpo de delito. A vítima diz se sentir desamparada pelas autoridades. “Não consegui o registro na delegacia da mulher por conta do plantão de Carnaval. E, como vou trabalhar com medo? Porque ele tentou me matar. Se eu não tivesse uma advogada minha, a audiência seria para julho. Minha advogada tentou novamente e ficou para o dia 29 de março. Imagine, o cara pegou uma faca para me matar no meu trabalho. Essa era a vontade dele.” A reportagem tentou contato com o suspeito da agressão, mas não conseguiu ouvi-lo. Em entrevista para um site local, ele falou: “Ela me agredia moralmente já há muito tempo, mas ontem [quinta-feira, 28] passou dos limites. Soube que ela abriu um processo para denunciar que eu beneficiava uns e outros não. Ela não tem nada a ver com o meu setor”, justificou. Para o site, ele disse que toma remédio controlado e que apagou após a confusão. “Às vezes tenho esses problemas de pressão e apago, quando acordo não lembro tudo que aconteceu antes”. Maria Eugênia disse que procurou o gestor da secretaria que estava viajando, mas conseguiu contato com ele que ficou consternado da situação e disse que iria apurar os fatos e abrir um processo administrativo contra Macedo. Em nota, a Sima informa que o caso foi encaminhado para a Procuradoria Geral do Município (PGM), que abriu processo administrativo disciplinar para apurar a denúncia. “O servidor José Macedo dos Santos cumprirá horário de serviço na Secretaria Municipal de Gestão (Semge) até que o caso seja apurado.”