Cidades

Sem laudo conclusivo: reunião sobre Pinheiro tem autoridades, mas imprensa de fora

Integrante do SOS Pinheiro afirma que apenas 80 famílias receberam aluguel social

Por Tribuna Hoje 14/02/2019 21h54
Sem laudo conclusivo: reunião sobre Pinheiro tem autoridades, mas imprensa de fora
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma reunião envolvendo algumas das principais autoridades de Alagoas aconteceu nesta quinta-feira (14) no Jatiúca Hotel e Resort, na orla de Maceió, para se discutir sobre as conclusões preliminares de pesquisadores sobre o bairro do Pinheiro, em Maceió. Na parte da tarde, inicialmente, o workshop foi anunciado como uma coletiva de imprensa, porém a assessoria do Ministério Público Estadual afirmou no local que a divulgação do evento como coletiva foi um erro e que, infelizmente, o evento não estava aberto aos jornalistas. Nas cadeiras do hotel, além de autoridades do Ministério Público Estadual, como o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, do Ministério Público Federal em Alagoas, como a procuradora da República, Raquel Teixeira, também era possível observar autoridades das forças armadas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Também estavam presentes na reunião representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), como a reitora Valéria Costa Correia. O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, afirmou por telefone à Tribuna que a reunião tratou, essencialmente, dos detalhes técnicos das pesquisas que vêm sendo feitas sobre as rachaduras e os buracos que estão aparecendo constantemente no bairro do Pinheiro. “A reunião foi uma apresentação dos estudos que foram feitos até agora e vamos aguardar agora os resultados. Pela manhã, o simulado da evacuação foi tratado com o [coordenador da Defesa Civil Estadual] tenente-coronel Moisés Pereira”, afirmou Lemos. O simulado de evacuação do Pinheiro será realizado no próximo sábado (16). Dinário Lemos também disse que ainda não há estudos conclusivos sobre as causas das fissuras no bairro de Maceió. “As autoridades [presentes no evento] ficaram de aguardar os estudos conclusivos”, disse. O coordenador também afirmou que ainda faltam 120 residências serem desocupadas na área vermelha do Pinheiro (área com maior incidência de rachaduras e buracos). SOS Pinheiro O administrador de empresas Geraldo Vasconcelos é morador do bairro há 19 anos e faz parte da comissão do movimento SOS Pinheiro. Ele esteve presente no workshop sobre o bairro e afirmou que o “objetivo da reunião foi um alinhamento de assuntos pertinentes ao que vem acontecendo no Pinheiro”. “A CPRM [Serviço Geológico do Brasil] foi muito questionada e se posicionou, assim como as demais entidades presentes também fizeram. A meta seria um consenso de direcionamento, mas não foi possível isso hoje”, afirmou o morador. Segundo o administrador, ficou claro no evento que todos os órgãos estão querendo resolver o problema e dar sua cota de contribuição, mas existe um fator limitante: a ausência de um laudo final do problema. Vasconcelos afirma que aproximadamente 370 famílias já deixaram a área vermelha do bairro, porém apenas 80 receberam o aluguel social. “Por aí você vê a ineficiência dos processos da Defesa Civil Municipal”, declara. O administrador relata que os moradores que saíram do bairro e que não receberam o aluguel social estão indo para casa de familiares, pois não têm condições financeiras de pagar um aluguel.