Cidades

Assédios continuam após afastamento de enfermeira no HGE

Manifestantes cobram respeito de gestores aos profissionais da saúde

Por Assessoria 07/02/2019 21h20
Assédios continuam após afastamento de enfermeira no HGE
Reprodução - Foto: Assessoria
Nove dias após o afastamento por meio de atestado médico da enfermeira Ruger Correia em decorrência de um assédio moral sofrido por parte da diretora do Hospital Geral do Estado (HGE), Marta Celeste, profissionais da saúde e representantes da categoria de Enfermagem de Alagoas, voltaram a protestar na porta do HGE, na noite desta quinta-feira (7). O objetivo do ato pacífico foi cobrar providências da Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau/AL) quanto à postura da gestora frente os profissionais, bem como exigir respeito aos trabalhadores, responsáveis por 75% da assistência à saúde mundial. A diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal), Luciana França, frisou a importância do respeito e diálogo, visto que, não é através de intimidação e falta de compostura, que será cumprido o que a gestora quer. “No HGE do faxineiro ao diretor, todos merecem respeito, e esse respeito vem por meio dos nossos atos. Precisamos nos fortalecer com enfermeiros se filiando ao Sineal para que episódios como este não se repita no ambiente laboral, juntos seremos mais fortes”, avaliou. “O Sineal junto com o Coren, ABEn, Sindprev não iremos nos calar, assédio moral é crime, temos várias denúncias de profissionais que por conta desse tipo de postura da gestão estão hoje tomando remédios controlados, deixando de viver, tirando suas vidas. Não estamos aqui para ir de encontro a gestão do HGE, mas sim para sermos parceiros, exigimos respeito a todos os profissionais da saúde”, ressaltou Luciana França. Segundo a diretora sindical, além dos assédios, os enfermeiros ainda têm que lidar com a falta de materiais básicos, medicamentos, e locais insalubres, como, por exemplo, o corredor do HGE. “O enfermeiro é quem está na linha de frente junto ao paciente e familiar pedindo calma. Temos a arte do cuidar e queremos nossos direitos respeitados”, destacou. “Senhora diretora ponha a mão na consciência, precisamos de uma mudança de conduta, que fatos de assédios morais não se perpetuem. Se quer o bom funcionamento do HGE não irá ter na base do chicote, gritos e imposição. Tudo é na conversa e motivação, somos enfermeiros, somos gente, e como pessoas, exigimos respeito”, reforçou a diretora. Luciana França agradeceu a presença dos profissionais de enfermagem no ato pacifico e enfatizou que o medo de represália, lamentavelmente ainda faz os trabalhadores do HGE e de setores privados, recuarem e silenciar. Dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil apontam que na linha de frente do atendimento, os profissionais de Enfermagem enfrentam situações de violência física, verbal e psicológica. Apenas 29% dos profissionais de Enfermagem se sentem seguros em seus ambientes de trabalho.