Cidades

Medicação para epilepsia falta no Município e dificulta vida de quem depende do remédio

"Se sabem que vai faltar, por que não há uma reserva?", questiona pai de usuário

Por Texto: Rívison Batista 05/02/2019 19h24
Medicação para epilepsia falta no Município e dificulta vida de quem depende do remédio
Reprodução - Foto: Assessoria
A falta de medicamentos fornecidos gratuitamente pela Prefeitura de Maceió vem tornando difícil a vida de algumas pessoas que dependem desses remédios no cotidiano. É o caso de Raimundo Alencar, que possui um filho com epilepsia e depende da medicação oxcarbazepina líquida. O remédio custa caro nas farmácias de Maceió e Raimundo conta que o medicamento fornecido pela Prefeitura ajudou bastante a controlar as convulsões do filho, porém todo ano sofre com um período de desabastecimento do remédio. “Seria bom que tivessem uma reserva para essas situações em que todo ano há falta da medicação”, diz Raimundo. “O meu filho toma remédio controlado. Primeiramente, consegui a medicação pelo Estado. Depois o Estado parou de fornecer, e consegui pelo Município. O problema é quando chegam os meses de outubro ou novembro, aí acontece a falta do remédio”, relata. O medicamento é fornecido pelo Centro de Abastecimento Farmacêutico (CAF) e Raimundo Alencar costuma pegar os frascos de oxcarbazepina no PAM Salgadinho. “O pessoal da farmácia do PAM disse que o remédio só chegará em março e é uma medicação que a pessoa não pode parar de tomar”, afirma. Raimundo diz que, quando a oxcarbazepina líquida chega no PAM Salgadinho, costuma pegar 16 frascos. “Sempre sobra um ou dois frascos em um mês. Então, durante os meses que são fornecidos, dá para a gente fazer uma reserva, pois já prevemos a falta que é normal acontecer quando se aproxima novembro. Mesmo com a nossa reserva de frascos, a medicação já acabou. Liguei para o médico do meu filho e ele disse para trocar a oxcarbazepina pela versão em drágeas. Para quem pode comprar, fica tudo bem, porque o efeito é basicamente o mesmo do líquido, que é bem mais caro. Mas como ficam as pessoas que dependem da medicação e não podem comprá-la?”, comenta. Raimundo Alencar diz que compra as drágeas de oxcarbazepina de 300 mg em farmácias e as de 600 mg está pegando gratuitamente no PAM Salgadinho. “A falta da medicação, eu entendo até certo ponto, pois a Prefeitura, ou o Estado, ou qualquer órgão que venha a comprar depende da burocracia da licitação. É uma coisa que demora. Mas, como sabem que acontece essa falta sempre, deveriam fazer um pedido em grande quantidade, pois teria uma reserva naquele período em que a medicação deixaria de ser fornecida. Eu já trabalhei em orçamento e sei como funciona. Hoje, acontece uma situação incomum. Por exemplo, cinco empresas participam da licitação desse medicamento. Aí uma ganha e as outras que perderam vão recorrer. O resultado é que os pacientes ficam à mercê da decisão deles e da Justiça”, avalia Raimundo. Secretaria Municipal de Saúde A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu nota sobre a situação informando que a oxcarbazepina líquida ficou em falta no CAF em julho de 2018. Já a em drágeas de 300 mg veio a faltar no CAF em janeiro deste ano. A nota também informa que o medicamento em drágeas de 600 mg encontra-se em estoque. Para a oxcarbazepina líquida e as drágeas de 300 mg do remédio, a SMS informa que o “processo de compra foi licitado e está aguardando nota de empenho para emissão da ordem de fornecimento para empresa Riobahiafarma entregar”.