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Júri de irmãos Boiadeiro pode se estender até esta terça no Fórum do Barro Duro

Foram ouvidos, no Fórum do Barro Duro, a vítima sobrevivente e as três testemunhas

Por Redação com assessoria 04/02/2019 17h59
Júri de irmãos Boiadeiro pode se estender até esta terça no Fórum do Barro Duro
Reprodução - Foto: Assessoria
A 8ª Vara Criminal da Capital conduz, nesta segunda-feira (4), o julgamento de três réus acusados de matar Edivaldo Joaquim de Matos e Samuel Theomar Bezerra Cavalcante Júnior, em maio de 2006, no município de Batalha (AL). A acusação inclui ainda tentativa de homicídio contra Theobaldo Cavalcante Lins Neto. Edvaldo e Samuel eram segurança e cunhado, respectivamente, do então prefeito de Batalha, Paulo Dantas. Estão sendo julgados Thiago Ferreira dos Santos, conhecido como Pé de Ferro, José Márcio Cavalcanti de Melo (Baixinho Boiadeiro) e José Anselmo Cavalcanti de Melo (Pretinho Boiadeiro). O juiz John Silas da Silva, que é titular da 8ª Vara, preside o júri. Até o final da manhã desta segunda, foram ouvidos, no Fórum do Barro Duro, a vítima sobrevivente e três testemunhas, restando outras quatro testemunhas intimadas e os três réus. Após as oitivas, acontece o debate entre defesa e acusação, que pode durar cinco horas. Questionadas, as testemunhas relataram que acusados e vítimas estavam bares vizinhos no centro da cidade, e o conflito começou quando a mulher identificada como Karen, que acompanhava Emanuel Boiadeiro na ocasião, iniciou discussão com Marina Dantas, esposa do prefeito. A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) diz que Emanuel Messias de Melo Araújo, o Emanuel Boiadeiro, hoje já falecido, teria efetuado os disparos contra as três vítimas. Mas o promotor Antônio Villas Boas sustenta que todos são culpados. De acordo com Villas Boas, o MPE/AL sustentará a acusação de homicídio duplamente qualificado: por motivo torpe e em razão de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Ainda segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu numa praça da cidade de Batalha. Acusados e vítimas bebiam em bares diferentes, mas, situados no mesmo logradouro. Uma desavença ocorreu naquela noite e, quando as vítimas saiam do estabelecimento, os réus teriam se aproximado do veículo onde elas entraram e efetuando os disparos. “Quem participa do crime não é somente aquele que aciona o gatilho e atira contra a vítima, mas todos aqueles que de qualquer forma concorreram para a ação delituosa. Todos os réus aqui presentes concorreram e atiraram contra o veículo onde se encontravam as vítimas, e agiram como espécie de garantidores do executor material”, disse o representante do MPE. O advogado Raimundo Palmeira faz a defesa dos três réus e buscará convencer os jurados de que eles não participaram. “O réu responsável pelo homicídio se apresentou, muito posteriormente, e confessou o crime. As testemunhas são praticamente unânimes em dizerem que estes réus não participaram da empreitada”, disse. “Não se pode condenar alguém pelo nome da família” argumentou ainda Palmeira, em referência a reputação de ser violenta que a família carrega. Foi acusado ainda nesse crime José Marcos Silvino dos Santos, mas ele também já é falecido.