Cidades

Produtores de coco de Alagoas em defesa da cadeia produtiva

Movimento nacional é criado para conter avanço de produtos asiáticos

Por Claudio Bulgarelli com Tribuna Independente 22/01/2019 09h02
Produtores de coco de Alagoas em defesa da cadeia produtiva
Reprodução - Foto: Assessoria
A Aprococo, que é associação nacional dos produtores de coco, que reúne centenas de empresários do setor em todo o país, reunidos em Salvador, na Bahia, resolveu criar o Movimento Nacional de Produtores em Defesa da Cadeia Produtiva do Coco com o objetivo de levar uma série de reivindicações junto ao Governo Federal. A Prococo de Alagoas, liderada pelo seu presidente, Alexandre Lira, também compareceu ao encontro. Produtores de 11 estados, com a presença de vários deputados federais, prefeitos de regiões produtoras da Bahia e Pernambuco, dando apoio ao movimento, representantes da Embrapa, além da presença do representante do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Agricultura, Gilson Neto, que é grande produtor de coco em São Miguel dos Milagres, querem sensibilizar o governo federal para o problema do coco nacional, que vem perdendo espaço ano a ano com falta de políticas especificas para o setor, bem como com a invasão no mercado nacional do coco reconstituído, uma espécie de pasta de coco vinda de países asiáticos, que e importada e envasada no Brasil e vendida como coco natural em caixinhas longa vida. Segundo Alexandre Lira, presidente da PrococoAlagoas, uma série de medidas serão tomadas a partir de agora. Uma delas é mobilizar deputados federais dos estados produtores, a fim de criar uma bancada do coco para defender os interesses da categoria na politica nacional. Como praticamente todos os estados nordestinos são produtores, além do Espirito Santo, que se tornou grande produtor nos últimos anos, os empresários querem reunir uma bancada de mais de 150 deputados. Para isso vão criar cinco grupos temáticos de discussões para debater temas e soluções. A primeira parte é a criação de PICs (Padrão de Identidade e Qualidade), que é uma exigência que nos rótulos tenha escrito que água de coco é liquido extraído do coco, sem adição de açúcar e conservantes e uma NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), que é uma forma de rastrear derivados de coco para saber exatamente quais derivados estão sendo importados e comercializados no mercado. Outras medidas que serão tomadas é que os empresários vão exigir o cumprimento da lei com adequação dos rótulos para agua de coco, com denuncias ao Ministério Público de cada estado produtor e ao próprio Ministério Público Federal, além de pedir a revogação do decreto que elimina o desconto de energia para irrigantes rurais a fim de que toda a agricultura seja competitiva. Por fim o movimento vai criar uma área na fazenda Cohibra, no Ceará, uma das maiores produtoras de coco do Brasil, para fomentar um centro de excelência para cultura do coco, estudar cruzamentos de espécies, pragas, defensivos agrícolas, genética e manejo do produto.